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domingo, 29 de janeiro de 2012

Violência no futebol segue contrariando o bom senso


Violência no futebol segue contrariando o bom sensoIrracionalidade. Essa é a melhor definição do futebol moderno. Seja por conta dos salários absurdos pagos aos atletas e treinadores ou pela violência que circunda o esporte mais popular no mundo. A questão é que o simples fato da bola rolar em campo continua sendo motivo para paixões indecifráveis para o bem e, infelizmente, para o mal.
Escrevo isso depois de ler o mais recente caso de violência envolvendo torcidas organizadas em Goiás (leia mais sobre o caso aqui). Se um navegador do século XV aparecesse na minha frente e me perguntasse a razão de gostarmos tanto de futebol, resolveria a questão facilmente. Bastaria mostrar um VT de algum jogo da seleção brasileira de 1970, qualquer duelo entre Barcelona e Real Madrid ou ainda Flamengo e Santos do Campeonato Brasileiro do ano passado.
Porém, ficaria sem resposta se ele me perguntasse o motivo que leva as pessoas a se agredirem pelo simples fato de torcerem para agremiações diferentes. Considero o futebol algo muito importante (até ganho a vida com ele), mas ferir o próximo por conta do esporte é algo injustificável.
Sem respostas, eu decidi procurar o que sociólogos escreveram a respeito sobre essa verdadeira mazela social. Primeiro, concordei com o pensamento do professor francês de economia internacional na Universidade de Paris XIII de que a "violência é que se apresenta como um fenômeno pulverizado, atingindo a vida privada e a vida pública em todos os seus aspectos, os mais visíveis e os mais secretos". Tendo em vista a relevância do futebol no mundo é natural que o esporte sirva como uma desculpa para a pura e simples violência.
No Brasil, uma das mais contundentes declarações envolvendo torcidas organizadas veio do mestre Armando Nogueira ao comentar o confronto entre palmeirenses e são-paulinos na final da Copa São Paulo de Juniores em 1995. "(...) É com um constrangimento inimaginável. Eu estava vendo estas cenas aqui e não é o caso da gente fazer uma pergunta mais profunda, porque a paisagem humana que eu vi em campo era predominantemente de adolescentes, predominantemente de garotos e aí eu pergunto: como nos desculpar de tudo isso? O que o Brasil tem feito pela sua infância? O que o Brasil tem feito pela sua adolescência? (...) eu não tenho a menor dúvida que nós não podemos nos considerar inocentes."
Como o finado Nogueira salientou com toda sua sabedoria, a violência no futebol está intimamente ligada a outras mazelas de nossa sociedade. E, quando escrevo 'nossa', me refiro a esfera ocidental do nosso planeta, já que no Oriente se usa normalmente outras válvulas de escape para a agressão que não o futebol. Religião é um exemplo, mas esse  assunto é complexo demais para um blog que trata de futebol.
Outro estudioso, Eric Dunning, professor emérito da Universidade de Leicester, no Reino Unido, acredita que a questão central da violência no futebol é a masculinidade. "Os hooligans (torcedores violentos que se tornaram famosos na Inglaterra)  são 'homens', e 'homens de verdade' lutam", ironiza. "Quanto maior a incidência de mulheres nos estádios, menor é a chance de violência", conclui.
Não sei se concordo com Dunning. O que sei é que homens e mulheres que usam o futebol como 'razão' para agredir outras pessoas não passam de idiotas.

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