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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Aos 17 anos, deficiente visual vai fazer o Enem pela terceira vez


'Nas outras vezes, foi apenas para testar meus conhecimentos', diz Laura.
Em sala de aula, a estudante utiliza uma máquina de escrever em braile.

Flávio GodoiDo G1 RO






Laura utiliza máquina de braile em sala de aula (Foto: Flávio Godoi/G1)
Laura (dir.) utiliza máquina de braile em sala de aula (Foto: Flávio Godoi/G1)


Enquanto os colegas de classe utilizam cadernos e até notebooks durantes as aulas, Laura Roncatto, de 17 anos, se destaca dos demais por utilizar uma máquina de datilografar. Mas o aparelho de Laura tem um diferencial, é uma máquina de escrever em braile, já que a estudante de Vilhena, RO, é deficiente visual congênita.
Aluna dedicada, Laura iniciou os estudos com a mesma idade das demais crianças, sempre em escola pública. Agora, estudante do terceiro ano do ensino médio, a jovem irá prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela terceira vez, mas, ao contrário das outras vezes, a prova deste ano tem uma importância maior, já que vai decidir o futuro da aluna após o colegial.
“Nas outras vezes, foi apenas para testar meus conhecimentos. Agora já vou tentar uma vaga na faculdade”, conta Laura que pretende cursar direito.
Neste ano, a Escola Estadual Marechal Rondon, onde Laura estuda, não recebeu livros em braile do Ministério da Educação. Para estudar, além de recorrer à máquina de escrever, que ganhou do governo há quatro anos, Laura teve que adquirir softwares de computador para reproduzir livros digitais e aprender utilizando a audição.
“Não é bom ficar sem livros em braile, pois no braile eu treino a ortografia e é a forma em que fui alfabetizada, mas quando não tem, o jeito é usar programa de leitura dos livros”, diz.
Laura estuda na biblioteca da escola (Foto: Flávio Godoi/G1)Laura estuda na biblioteca da escola (Foto: Flávio Godoi/G1)
A escola onde Laura estuda possui uma sala de acompanhamento para alunos especiais, no entanto, a jovem estuda normalmente em uma sala com alunos sem deficiência visual.
Entre os colegas, Laura conta com o companheirismo de sua melhor amiga, Camila Gonçalves, de 17 anos. Camila guia Laura pelo colégio e a ajuda nos trabalhos escolares.
“A gente se conhece há seis anos. Estamos estudando juntas para o Enem. A Laura é um exemplo para todos nós”, diz Camila.
A mesma opinião é compartilhada pela professora e acompanhante de Laura na sala especial, Janes de Fátima. “Acompanho o caso dela há oito anos e a cada dia ela me surpreende, pois é esforçada e vai atrás do que quer”, comenta Janes.
Se na sala de aula Laura tem o apoio da melhor amiga e da professora, no dia do Enem ela estará sozinha. “Eu faço prova em uma sala sem mais nenhum aluno, pois além da prova ser em braile, ainda tenho um ledor das questões e um transcritor das minhas respostas” explica.
Para este ano, além de Laura, mais um candidato do Enem solicitou a prova em braile em Vilhena.
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FONTE: http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2012/11/aos-17-anos-deficiente-visual-vai-fazer-o-enem-pela-terceira-vez.html


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