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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

'Faltou proteção', diz mulher de vítima que morreu durante desfile em Santos


Leandro Monteiro recebia R$ 40 para empurrar o carro alegórico.
Vítima tinha 5 filhos e completaria 27 anos nesta quarta-feira.

Márcio PinhoDo G1, em Santos
Leandro Monteiro da Silva morreu eletrocutado em Santos (Foto: Márcio Pinho / G1)Leandro Monteiro da Silva morreu eletrocutado em
Santos (Foto: Márcio Pinho / G1)
Leandro Monteiro da Silva, um dos quatro mortos durante os desfiles de carnaval emSantos na madrugada desta terça-feira (12), completaria 27 anos na quarta (13). A mulher dele, Jaqueline Elias Cardoso, afirmou na manhã desta terça que ficou revoltada com a falta de proteção para o trabalho dos ajudantes no carnaval.
“Tinha que ter luva, tinha que ter tudo que protegesse o corpo de acidentes. Não foi pensado antes”, afirmou Jaqueline, que reclamou da presença da fiação no local do acidente. Ela vivia havia 12 anos com Leandro, com quem tem cinco filhos. “Agora vou ter que criá-los sozinha”, disse a dona de casa de 27 anos.
A morte, disse, doía ainda mais porque havia pedido que o marido não fosse ao desfile, já que considerava perigosa a atividade de empurrar carros alegóricos. Ele fazia isso todos os anos porque considerava o pagamento de R$ 40 uma ajuda para a renda da família.
A mulher de Leandro também se dizia indignada com a escola de samba Sangue Jovem, que, segundo ela, afirmou que cuidaria do velório e do enterro, mas não ajudou efetivamente. “Estou há horas tentando telefonar para dois celulares de pessoas da escola e só dá caixa postal”, afirmou.
Mulher da vítima criticou estrutura do carnaval (Foto: Márcio Pinho / G1)Mulher da vítima criticou a estrutura do carnaval
(Foto: Márcio Pinho / G1)
O corpo foi liberado por volta das 10h, segundo familiares, mas eles ainda estavam no IML às 12h à espera da ajuda da escola de samba. O grupo apenas deixou o local com a informação de que a prefeitura arcará com os custos. A intenção da família é enterrar o corpo no Cemitério Memorial de São Vicente, no Parque Bitaru.
A advogada da escola de samba, Agra Tavoloni, disse que a Sangue Jovem está organizando, ao lado da direção do Santos, o velório das vítimas. "Em relação aos feridos, deixamos os nossos telefones caso eles precisem de algum medicamento. São pelo menos quatro feridos. A mãe da moça que faleceu é uma delas. Outros dois rapazes fazem parte da nossa escola."
O caso
Além de Leandro, outras três pessoas morreram e seis ficaram feridas após o carro alegórico da escola tocar em fios elétricos e pegar fogo na madrugada durante o desfile do grupo especial da cidade.
Carnaval (Foto: Arte/G1)
As vítimas morreram eletrocutadas. O fogo no carro começou por volta da 1h15, logo após a alegoria bater nos fios, já na dispersão.
O ex-jogador Coutinho, que desfilou no carro alegório, lamentou o acidente. Ele desceu pouco antes de a alegoria ser incendiada. "É triste. Infelizmente as pessoas acabam perdendo os entes queridos em um piscar de olhos. Lamentável mesmo", afirmou.
Com o acidente, o fornecimento de energia para 6 mil casas foi interrompido na Zona Noroeste de Santos. A passarela Dráusio da Cruz também ficou sem energia. Os desfiles foram cancelados.
O carnaval deste ano é o primeiro após uma grande reforma na passarela do samba de Santos. Prédios foram construídos para abrigar a imprensa e os camarotes. (O G1 transmitiu o desfile ao vivo; saiba como foi.)
Coutinho se salvou
Segundo testemunhas, três das vítimas que morreram estavam na chamada "ala da força", responsável por empurrar o carro, que homenageava o ex-jogador Pelé. Já a mulher morta estava na calçada.
A escola Sangue Jovem é formada por integrantes da torcida organizada homônima do Santos Futebol Clube. Foi a segunda a se apresentar durante a madrugada. Depois dela, três escolas ainda se apresentariam: Unidos dos Morros, X-9 e União Imperial.
Interrupção dos desfiles
Por volta das 2h40, os organizadores do carnaval anunciaram ao público que não haveria mais desfiles na noite. Após o anúncio, milhares de pessoas que ainda estavam no Sambódromo se deram as mãos e fizeram um minuto de silêncio.
A decisão de interromper o desfile foi tomada em uma reunião com todos os presidentes das escolas de samba do grupo especial e o prefeito Paulo Alexandre Barbosa.
"É uma tragédia que tivemos na cidade", disse o prefeito, em pronunciamento no Sambódromo. "Não existe clima para a continuidade do desfile. É um momento de extrema tristeza", completou.
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FONTE: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/carnaval/2013/noticia/2013/02/faltou-protecao-diz-mulher-de-vitima-que-morreu-durante-desfile-em-santos.html

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