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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vergonha sem fronteiras

CONFUSÃO NA SÉRIE A

Vergonha sem fronteiras

10.12.2013

Barbárie de domingo em Joinville renova debate que envolve organizadas, PM e MP também no Ceará
O confronto entre torcidas organizadas do Atlético Paranaense e do Vasco da Gama, na último domingo, pela rodada final do Campeonato Brasileiro, reacendeu debate sobre a extinção das uniformizadas em todo o País. A repercussão nacional demonstra como a violência no futebol atinge todo o Brasil, seja em Joinville (SC) ou em Fortaleza.

Torcedor é retirado das arquibancadas da Arena Joinville após confronto entre integrantes de organizadas do Atlético/PR e Vasco da Gama Foto: Reuters

Na Capital, onde a barbárie é uma constante, principalmente quando Ceará e Fortaleza se encontram, a discussão se arrasta há anos e os crimes motivaram a proibição da entrada das organizadas Cearamor, Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) e Jovem Garra Tricolor (JGT) em estádios cearenses.

O cenário de guerra visto nas praças esportivas do Estado motivou, em enquete, 80% dos leitores do Diário do Nordeste a se posicionarem a favor da extinção das torcidas organizadas.

Extinção
Segundo o promotor de Justiça Francisco Eunatan de Oliveira, integrante do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudetor), o Ministério Público do Ceará (MP-CE) tem realizado ações para tentar coibir a violência.

"O núcleo reuniu as torcidas para fazer um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), no primeiro semestre de 2012. Como não foi cumprido, ingressamos uma Ação Civil Pública, neste ano, para acabar com as torcidas", informou o promotor.

Segundo ele, um cadastramento dos torcedores é uma das soluções, mas empresas, Federação Cearense de Futebol (FCF) e Governo do Estado não quiseram custear a iniciativa. "No nosso Estado, a gente conseguiu diminuir a violência dentro das praças. Estamos observando agora o setor externo", destaca o promotor, membro do Nudetor.

Organizadas
Para o presidente da Cearamor, Jeysivan Silva, deve haver punição severa a quem promove a violência nos estádios. "Falta punição. Quem é pego fazendo algo errado paga um salário ou uma cesta básica e está livre, no outro jogo já está no estádio. Esse torcedor deve estar na cadeia, para servir de exemplo", afirma.

Já o presidente do Ceará, Evandro Leitão, acredita que a extinção das organizadas merece uma discussão maior. "Vejo a existência da torcida organizada como aspecto positivo a partir da festa que elas fazem nos estádios. Por outro lado, deve haver um acompanhamento, um controle maior, dos seus integrantes, inclusive com responsabilidade civil e criminal por parte de seus diretores", pontuou.

Evandro também informou que não há nenhuma ação por parte da diretoria do clube a fim de coibir a ação das torcidas. "Isso não é coisa do Ceará. É com o Ministério Público e a Polícia".

Segundo o relações públicas da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), Carlos Henrique, cabe à Polícia agir em casos de violência.

"A diretoria faz reunião nos bairros para conversar com os membros. Tudo o que for ilícito é com a Polícia, não com a gente. Fazemos nossa parte", avisa ele.

A reportagem procurou o presidente do Fortaleza, Osmar Baquit, e o vice-presidente, Daniel Frota, mas eles não atenderam as ligações. O presidente da FCF, Mauro Carmélio, também não foi encontrado.

Polícia
Segundo o comandante da Companhia Independente de Policiamento de Eventos (Cipe), major George Benício, a Polícia Militar realiza medidas preventivas para evitar confusões. Mas, revelou que torcedores encontraram maneiras de enganar a Polícia.

"Nosso serviço de inteligência acompanha as torcidas nas redes sociais, porém, muitas vezes eles marcam uma briga num ponto e fazem em outra. Isso não é ação de torcida organizada e sim de vândalos", lamentou o comandante.

Vasco cogita pedir anulação de partida
Com o time rebaixado à Série B do Nacional, a diretoria do Vasco estuda a possibilidade de entrar com uma ação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a anulação da partida contra o Atlético/PR.

Diretoria do clube carioca sustenta que o árbitro Ricardo Marques Ribeiro errou ao decidir pelo reinício da partida após a confusão FOTO: FUTURA PRESS

O jogo foi interrompido por mais de uma hora ainda no primeiro tempo após torcedores dos dois clubes brigarem em Joinville. No fim, os paranaenses golearam por 5 a 1.

Os cartolas do clube avaliam se o árbitro Ricardo Marques Ribeiro errou ao reiniciar o jogo. De acordo com o artigo 21 do regulamento de competições da CBF, uma partida pode ser adiada, interrompida ou suspensa na "falta de garantia" ou "conflitos ou distúrbios graves, no campo ou no estádio".

Nesta terça-feira, advogados do Vasco vão informar se o clube vai pedir a anulação do jogo. O Vasco ficou em 18º lugar no Brasileiro, com 44 pontos.

´Herança´
A briga é uma "herança de Eurico Miranda", disse o presidente do Atlético/PR, Mario Celso Petraglia, em referência ao ex-presidente vascaíno que dirigiu o clube carioca entre 2000 e 2008.

Petraglia também acusou os vascaínos envolvidos na briga de terem iniciado a confusão com o objetivo de suspender o jogo e levar a decisão para a Justiça, com o aval da diretoria do clube.

Clubes podem perder 20 mandos em 2014
Os graves incidentes ocorridos no último domingo na Arena Joinville podem custar, na esfera esportiva, a perda de 20 mandos de campo - desta vez com portões fechados - para Atlético Paranaense e Vasco da Gama, envolvidos nos atos de violência protagonizados por seus torcedores. Este é apenas um dos itens que constam na denúncia oferecida ontem pelo procurador geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt.

O árbitro mineiro Ricardo Marques Ribeiro também vai ser julgado pelo tribunal e pode ser suspenso por até 90 dias. Isso porque, na avaliação do procurador, ele não poderia ter iniciado o jogo sem condições de segurança para atletas e público. Além disso, Ribeiro descumpriu o prazo de no máximo 60 minutos para o reinício do jogo, que ficou paralisado por 73 minutos, como ele mesmo citou na súmula.

De acordo com os artigos que os dois clubes teriam infringido, eles podem arcar ainda com multas que somadas chegam a R$ 200 mil para o Vasco e R$ 400 mil para o Atlético.

As federações de Futebol de Santa Catarina e Paraná também podem ser multadas, em até R$ 100 mil, cada uma. 



FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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