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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Síndrome de Peter Pan

FRAUDE NO FUTEBOL

Síndrome de Peter Pan

10.01.2014

Operação do MP e da PF no Cariri revela irregularidades na venda de jovens jogadores no Interior

Juazeiro do Norte A denúncia foi apresentada ontem pelo Ministério Público Federal (MPF) após recebimento do inquérito policial que deflagrou a operação Peter Pan Cariri, a partir de investigações realizadas por agentes da Polícia Federal (PF) neste município. Nove pessoas são acusadas de criar esquema de falsificação de documentos, nos quais atletas tinham seus nomes alterados e suas idades reduzidas em dois ou três anos, facilitando, de tal modo, a comercialização de seus passes junto a clubes de futebol de diversas regiões do País e do exterior.

Documentos eram falsificados para facilitar a venda de jogadores FOTO: NATINHO RODRIGUES

Entre os denunciados estão o dirigente do Guarani de Juazeiro do Norte e ex-dirigente do Icasa, Kleber Lavor; o treinador e responsável pela Associação e Empreendimento Esportivo C.T Cariri, Moisés da Silva; Cícero Nacélio dos Santos e o jogador de futebol Vandinho, à época das investigações atuando pelo Fortaleza Esporte Clube.

Conforme o procurador da República Celso Leal, autor da ação penal, o esquema funcionava a partir da falsificação de certidões de nascimento, após negociações que envolviam os próprios atletas e seus familiares. O recrutamento dos jogadores era feito por Cícero Narcélio e Moisés da Silva, a quem cabia, também, o convencimento junto aos familiares e o traslado dos jogadores ao município de Lavras da Mangabeira, onde eram expedidas as certidões falsificadas. Para cada certidão expedida era cobrada uma taxa de R$ 300 dos familiares dos atletas.

Esquema ilícito


Com o falso registro de nascimento em mãos, os jogadores davam início à retirada de outros documentos tidos como oficiais, como RG, CPF, reservista, carteira de trabalho e, até mesmo, passaporte. "Alguns jogadores chegaram a ser comercializados para o exterior. Especialmente para clubes do futebol espanhol e italiano", informou o procurador da República.

A quadrilha lucrava com a negociação dos atletas. "Os clubes adquiriam o passe dos atletas com a expectativa de que os jogadores pudessem apresentar futuro promissor. Na maioria dos casos, os jogadores possuíam entre 18 anos e 20 anos de idade, demonstrando certo porte físico, e eram apresentados como se tivessem 15 ou 16 anos", informou o procurador Celso Leal.

Lavor se defende

Conforme as denúncias apresentadas à Justiça Federal, todas as negociações com clubes brasileiros e estrangeiros, eram realizadas pro Kleber Lavor. As investigações apontam a venda de atletas para times como o Fortaleza, ABC/RN, Bahia, Atlético/PR e Corinthians/SP. Por telefone, o dirigente Kleber Lavor se disse surpreso com as denúncias apresentadas ontem pelo Ministério Público Federal.

Segundo ele, os primeiros rumores de falsificação de documentos para facilitação da venda de passe de atletas começaram a surgir em Juazeiro do Norte ainda em 2009. Kleber alega que, em 2011, teria comparecido à Delegacia de Polícia Federal no município buscando saber se seu nome estava incluso em algum inquérito aberto pela PF na apuração das denúncias. "Fui ao delegado que respondia pela unidade e ele me disse, eu me lembro bem, que não havia nada contra mim em relação à falsidade de documento de jogadores. Como é que agora, meu nome aparece numa denúncia como essa?", questionou.

Sem envolvimento

Ele afirmou não ter participação na venda de jogadores para clubes estrangeiros e disse nunca ter estado com a família de nenhum dos atletas envolvidos na denúncia. "Só conheço o Vandinho e o Kelvin que, inclusive, procuraram o Guarani em 2012, e mandei dispensar os dois porque já tinha essa história de envolvimento com documentação falsificada", argumentou.

Sobre a existência de vínculo com os demais denunciados, o dirigente do Leão do Mercado confirmou ter trabalhado com Cícero Narcélio à ocasião em que presidiu a equipe do Icasa. "Eu era presidente do clube e o Narcélio era o supervisor do Icasa. A única ligação que nós tínhamos era essa", disse o dirigente.

Sobre a relação com Moisés da Silva, ele afirmou nunca ter feito negócios com o treinador. "Não falsifiquei nada, não vendi passe de jogador de forma desonesta e, portanto, não cometi crime algum. A Justiça vai demonstrar se estou certo ou não", finalizou Kleber Lavor.
ROBERTO CRISPIMESPECIAL PARA O JOGADA
FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE

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