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domingo, 31 de agosto de 2014

Mulheres: das sombras para o protagonismo

FUTEBOL É COM ELAS

Mulheres: das sombras para o protagonismo

31.08.2014

Apaixonadas, elas têm tomado todas as áreas do esporte bretão com qualidade e dedicação

PORTRAIT JOGADA
Eveliny Almeida, Gabi Neymar, Denise Santiago e Gabriela Mamede têm em comum a paixão pelo futebol, que carregam desde a infância e hoje virou parte da rotina
FOTO: ALEX COSTA/ BEATRIZ BLEY/ LUCAS DE MENEZES
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A trajetória feminina no futebol era quase inexistente há alguns anos. Por volta de 1941, em meio à ditadura de Getúlio Vargas, um decreto que regulamentava as práticas esportivas no Brasil proibia as mulheres de praticarem o esporte, por achar inadequado à sua natureza. Mesmo com o fim da Era Vargas e a nova constituição em vigor, a lei não foi mudada. Porém, as mulheres encontraram formas de burlar a proibição buscando caminhos paralelos à prática do futebol.
Atualmente, o Ceará tem destaques femininos em todos os setores permeando a modalidade, seja no campo, na torcida ou nas redações.
Principal estrela do futebol cearense, a jovem Gabriela Morais, ou Gabi Neymar, decidiu seguir talvez o caminho mais tortuoso: ser jogadora. Começou a acompanhar o esporte bretão com o pai, que também era jogador. Na rua de casa, jogava em torneios masculinos pela falta de meninas na categoria.
Começou no futsal e logo foi convidada a fazer farte do time Kindermann, de Santa Catarina. Foi lá que ela recebeu o apelido de "Neymar" e chamou atenção.
Entretanto, Gabi decidiu voltar para o Ceará e no time Caucaia ela recebeu reconhecimento. Aos 20 anos, atua também pela seleção brasileira sub-20, motivo suficiente para garantir que já realizou "o sonho" da sua vida. Ainda assim, avisa que pretende estar nas Olimpíadas de 2016.
Arbitrando
Eveliny Almeida foi só mais uma criança que gostaria de seguir a carreira do pai. Tal fato seria algo comum se a profissão não fosse a de árbitro de futebol. Na sala de casa, Eveliny exibe orgulhosa três escudos da Fifa, de 2009, 2010 e 2011.
Única árbitra cearense no quadro da entidade máxima do futebol, a maior influência de Eveliny veio do seio familiar. Ela acompanhava o irmão e o pai, também árbitros, nos jogos e aprendeu a assistir futebol analisando sempre a arbitragem. Ainda assim, por receio, a primeira opção foi ser bandeirinha.
"Tinha medo de apitar o jogo. Ser o árbitro principal demanda coragem para tomar as decisões", define ela.
O temor teve de ser perdido e o preconceito enfrentado. Aos poucos, Eveliny foi impondo respeito aos familiares e aos colegas de trabalho. "Já sofri preconceito por ser mulher. Mas vejo o número de mulheres nas arquibancadas crescer e isso me dá segurança", afirma.
Aos 32 anos, Eveliny se prepara para a volta aos campos em 2015, um ano após ter se tornado mãe.
Na telinha
Quem vê a jornalista Denise Santiago apresentando o programa "A Grande Jogada", da TV Diário, não imagina os caminhos que ela trilhou para chegar a um espaço restrito para mulheres no jornalismo esportivo.
Apaixonada por futebol desde cedo, ela relata que começou a ir aos estádios sem ser influenciada por ninguém. "Mesmo quem não gosta de futebol se envolve com o que está acontecendo. É contagiante", afirma. Anos depois, surgiu a oportunidade de atrelar o profissional ao passional. Denise foi convidada a fazer parte da equipe do programa esportivo "Debate Bola" e começou a comentar sobre futebol.
Para acompanhar os outros comentaristas, Denise conta que teve de mudar o olhar sobre os jogos e estar por dentro de todos os assuntos. Ela afirma que, até hoje, nunca sofreu preconceito por ser mulher. "Sempre recebo críticas construtivas, mas nunca me ofenderam nem denegriram minha imagem", ressalta.
Na torcida
Aos 7 anos, a cearense Gabriela Mamede entrava pela primeira vez no estádio e logo no confronto mais esperado pelos torcedores do Estado: Ceará x Fortaleza. Influenciada pelo tio, Gabriela se apaixonou pelo Alvinegro e o acompanha das arquibancadas.
A paixão surgiu em um lugar incomum para meninas, dentro dos campos. Gabriela jogava futebol e sonhou em ser jogadora, mas desistiu após sentir as dificuldades e a falta de apoio ao futebol feminino no Brasil.
Aos 20 anos, Gabriela relata uma inversão de papéis como um dos momentos mais marcantes de sua história como torcedora: atualmente, é ela quem leva seu pai, que não acompanha futebol, pelo menos no estádio.
(matéria originalmente publicada no Diário Plus)

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