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domingo, 28 de setembro de 2014

Valor médio do bilhete ficou 4,7% mais caro

APÓS 10 ANOS DE REDUÇÃO

Valor médio do bilhete ficou 4,7% mais caro

28.09.2014

O valor da passagem passou de R$ 326,36 para R$ 341,56, entre o segundo semestre de 2012 e do ano passado

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As passagens aéreas, como observou o economista Alex Araújo, estão entre os itens que mais puxaram a inflação de 2014 para cima em todo o Brasil
FOTO: JOSE MARIA MELO
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Depois de anos viajando de ônibus para visitar os parentes em Belém do Pará, Alzenir Colaço realizou sonho e foi ao Norte de avião em fevereiro deste ano
Quem viaja de avião com frequência pelo Brasil sabe que, independentemente do trecho e do horário escolhidos, os voos domésticos estão quase sempre lotados. A grande demanda está relacionada ao aumento da renda da população brasileira e à redução do preço médio das passagens aéreas nos últimos dez anos. Entretanto, após uma década de forte queda nos valores dos bilhetes, o setor vem passando por ajustes: os preços ficaram mais caros e a oferta de voos diminuiu.
Segundo dados do último Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o preço médio das passagens no segundo semestre de 2013 registrou, em termos reais, alta de 4,7% frente a igual período de 2012.
A tarifa saiu de R$ 326,36 para R$ 341,56. Trata-se do terceiro semestre consecutivo em que o indicador registra variação positiva, após sete semestres de queda. A oferta doméstica também apresentou queda 0,2%, ao passo que a demanda pelo transporte aéreo teve alta de 2,3%.
Impactos
O relatório observa que a valorização do dólar em relação ao real, desde o segundo semestre de 2011, e a alta histórica do preço do barril de petróleo vêm impactando o transporte aéreo, por serem diretamente relacionadas aos custos com combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves. Esses custos, por exemplo, representaram 55% das despesas de voo totais da indústria no primeiro semestre do ano passado.
O preço médio do barril de petróleo no segundo semestre de 2013 foi de US$ 105,93, um incremento de 3,5% em relação a igual período de 2012 (US$ 102,34). De acordo com a Anac, o setor vem registrando prejuízos bilionários desde 2011. Os ajustes de tarifas e de oferta, que têm sido realizados pela própria indústria, representam uma adequação às atuais condições de mercado, com vistas a recuperar a sustentabilidade e assegurar a continuidade dos serviços.
Comportamento
Para o economista Alex Araújo, neste semestre, o preço médio das passagens aéreas no Brasil poderá apresentar nova alta frente a igual período de 2013, influenciada pelos mesmos fatores. O dólar continua valorizado frente ao real, e o preço médio do barril de petróleo deverá ficar estável. Araújo lembra que as passagens aéreas estão entre os itens que mais puxaram a inflação de 2014 no País.
Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), por exemplo, os bilhetes ficaram 22,12% mais caros em agosto, no topo do ranking, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"As companhias aéreas gastam muito com combustível e manutenção das aeronaves. O mercado de aviação civil brasileiro é muito dinâmico. Se a gente notar, nos últimos 20 anos, diversas empresas quebraram e outras surgiram. É preciso muito investimento para entrar e se manter nesse mercado", frisa o economista, destacando que as empresas vivem constantemente buscando um equilíbrio econômico. "Em cada voo, há um número mínimo de assentos a ser vendido para que a operação seja viabilizada economicamente", completa.
Ascensão social impulsionou setor
Anos depois de descobrir o avião como um meio de transporte financeiramente possível, a classe C brasileira já o tem como recorrente e até como preferido. Afinal, o que é bom não se esquece e muito menos se deixa de lado, como bem lembra a agricultora Alzenir Colaço, 45. No ano em que o Ministério do Turismo (MTur) previu um aumento de 17,9% na intenção de voar pela população que mais ascendeu socialmente, Alzenir fez a primeira viajem de avião, no último mês de fevereiro, depois de eras pegando estradas para visitar a família no Pará. Hoje, não quer saber mais de andar de ônibus.
"Se eu puder, agora, vou toda a vida de avião. Foi um sonho realizado pra mim, é muito rápido e confortável", conta animada, ainda alheia às cadeiras apertadas, à falta de pontualidade e demais reclames daqueles que fazem uso deste tipo de transporte com mais frequência.
Alzenir atentou que voar seria mais vantajoso quando a sobrinha a alertou sobre as tarifas promocionais dos bilhetes, o que tornou a viagem de avião bem mais em conta financeiramente que passar dois dias inteiros dentro de um ônibus, tendo ainda de gastar com alimentação e outras eventuais despesas pelas estradas entre Fortaleza e Belém do Pará. A compra foi feita pela Internet, o que possibilitou a parte das irmãs combinar os dias que passariam juntas e, assim, irem e voltarem nos mesmos voos.
Mais passeios
Na companhia das irmãs e também da mãe, a agricultora passou sete dias na casa de parentes e já planeja uma nova visita ao mesmo destino. "Não tenho vontade de ir para outro canto, não. Não conheço ninguém. Vou para lá (Belém) porque tenho uma irmã e ficamos na casa dela", conta. Da próxima vez, se os planos de Alzenir derem certo, quem deve acompanhá-la nas poltronas do avião rumo ao Norte do País é o marido, também agricultor.
Preço importa e é crucial
Sabe-se que a compra com antecedência das passagens é uma orientação feita por todas as companhias aéreas aos clientes que buscam economizar. Quanto mais próxima a data da viagem e quanto menor a taxa de ocupação de voo, maior será o valor do trecho. E Alzenir já está atenta a isso.
"Tem que ver as passagens antes. Um tempo desse até vi uma (passagem) barata, mas não tinha quem fosse comigo e desisti", observa com prontidão sobre o principal e mais importante motivo que a fez largar o ônibus pelo avião: o preço.
Apesar de viver apenas com o marido depois que os dois filhos casaram e foram viver com as esposas na Capital cearense, Alzenir ressalta que não pode fazer extravagâncias nas despesas da família. Atualmente, está construindo uma casa no município de Ocara, localizado no Norte do Estado, o que a impede de gastar mais que o necessário.
É lá de Ocara que ela e o marido cultivam milho e feijão para o sustento dos dois, Com a renda, puderam pagar as parcelas da passagem que levou Alzenir ao Pará. O parcelamento, inclusive, foi o diferencial para a agricultora. "Quando terminou, eu já estava com vontade de viajar de novo. Minhas irmãs ficaram até brincando comigo, dizendo que eu tava muito avexada para viajar. Ora, se eu pudesse, vivia viajando", conta. (AOL)
Fluxo subiu 30,5% em quatro anos
Quem passou a viajar nos últimos quatro anos e, principalmente, quem já frequentava os aeroportos nordestinos antes e durante esse tempo vivenciou o que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) apresenta em números mensalmente. Nesse intervalo de tempo, só no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, o fluxo de passageiros cresceu de 3,2 milhões de pessoas para 4,28 milhões, o que representou um aumento de 30,56% no período.
Ao comparar o chamado movimento operacional de passageiros levantado pela Infraero em agosto de 2010, com a soma de embarcados e desembarcados contabilizada pela estatal para igual período deste ano, o terminal que mais teve expansão foi o de Teresina (58%), seguido por Aracaju (52,41%). Ou seja, duas das menores capitais do Nordeste foram responsáveis pelo maior aumento do número de passageiros.
Média de 20% nas demais
Nos já balados destinos, a média de crescimento no fluxo de pessoas girou em torno de 20%, como em Salvador, que passou de 4,99 milhões para 5,96 milhões de passageiros e fechou o período com alta de 19,33%. O mesmo aconteceu com Recife, que saltou de 3,85 milhões para 4,72 milhões, um incremento de 22,58%. João Pessoa chegou a ter uma expansão de 38,81% em quatro anos na movimentação de passageiros. Em São Luís e Maceió, os crescimentos foram de 39,98% e 30,63%, respectivamente. O único que apresentou retração no número de passageiros foi o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Natal, com queda de 34,18%. (AOL)
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FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE

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