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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

272 agências aderem à greve nos bancos no Ceará

CLIENTES AINDA DESINFORMADOS

272 agências aderem à greve nos bancos no Ceará

01.10.2014

O número representa 52,3% das unidades do Estado. No País, 6.572 agências pararam as atividades

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Apesar de a greve ter sido amplamente divulgada nos últimos dias, muitas pessoas ainda não sabiam sobre a paralisação dos bancários
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O cobrador de ônibus José Batista do Nascimento, por exemplo, aproveitou que está de férias para tentar sacar o PIS. Deu viagem perdida
FOTOS: ALEX COSTA
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Em parte das lotéricas da Capital, a movimentação, no fim da tarde de ontem, não superava a dos dias que antecederam a paralisação
FOTO: FERNANDA SIEBRA
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A greve iniciada ontem pelos bancários surpreendeu muitos fortalezenses que se depararam com os avisos de "bancários em greve" colados nos vidros na entrada das agências. Os caixas de autoatendimento, entretanto, continuavam disponíveis. Entre as principais reivindicações deste ano, estão: reajuste salarial de 12,5%, Participação nos Lucros e Resultados de três salários, além de uma parcela adicional de R$ 6.247 e piso de R$ 2.979,25 FOTOS: alex costa
Muitos fortalezenses ainda foram pegos de surpresa com a greve dos bancários, que começou ontem em todo o Brasil. Embora a paralisação da categoria tenha sido amplamente divulgada nos últimos dias, era possível encontrar pessoas desinformadas nas agências da Capital, buscando resolver suas pendências.
No primeiro dia de paralisação, pelo menos 272 agências no Ceará aderiram à greve, o que corresponde a 52,3% de um total de 520 estabelecimentos, segundo o Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE). No Brasil, um total de 6.572 agências e centros administrativos fecharam, conforme a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
"Moro no bairro José Walter e não sabia da greve. Aproveitei que estou de férias e vim aqui tentar sacar meu PIS (Programa de Integração Social), mas dei viagem perdida", lamenta o cobrador de ônibus José Batista do Nascimento. Na manhã de ontem, ele foi à agência da Caixa Econômica Federal localizada na esquina da Rua Floriano Peixoto com a Avenida Duque de Caxias, no Centro. Ele deveria ter recebido o benefício no último dia 16, conforme o calendário de pagamento estabelecido pela instituição.
"Eu estive no banco nesta data, mas, como eu não tenho Cartão do Cidadão, me disseram que eu só poderia receber o PIS hoje (ontem). Infelizmente, está tudo parado", conta, informando que utilizaria os R$ 724 do benefício para quitar dívidas de cartão de crédito. "Conto com o PIS para pagar uma fatura de R$ 400. A conta ainda não está atrasada, mas e se a greve demorar a terminar?", questiona José.
Saque
Ainda na mesma agência, a vendedora Tarciana Farias não conseguiu sacar dinheiro. Isso porque, há cerca de 20 dias, ela perdeu seu cartão bancário e não tem como efetuar o saque no caixa eletrônico. "Achei que estava tudo funcionando normalmente e trouxe minha identidade para receber o salário na boca do caixa. Talvez meu novo cartão já esteja pronto, né? O jeito agora é esperar", lamenta.
Para Tarciana, que também é moradora do bairro José Walter, a greve não era para ter começado agora, entre o fim de um mês e o começo de outro. A vendedora lembra que o caso dela é pior, tendo em vista que está sem o cartão e não pode utilizar o serviço de autoatendimento. "Tenho que pagar água, luz, aluguel. É um problema. Já estou pensando como é que vai ser", fala.
Negociações
Embora a paralisação dos bancários seja por tempo indeterminado, o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), Carlos Eduardo Bezerra, afirma que a categoria está aberta a negociações, "podendo a greve terminar assim que os pleitos forem atendidos".
De acordo com ele, as instituições financeiras têm condições de atender às demandas, pois "os seis principais bancos do País lucraram R$ 58 bilhões só no ano passado". Entre as principais reivindicações deste ano estão: reajuste salarial de 12,5%, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, além de uma parcela adicional de R$ 6.247. A Associação dos Bancos do Estado do Ceará (Abance) foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
Varejo prevê perdas com a paralisação dos bancários
Iniciada ontem em todo o Brasil, a paralisação dos bancários, que afetará todos os bancos públicos e privados do País, deve culminar em transtornos e até prejuízo para o varejo cearense, pelo menos é o que prevê o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves. Segundo ele, um dos principais pontos negativos será a ausência do papel-moeda, o que acabará afastando os consumidores das compras.

"Não há dúvida de que a paralisação será ruim para o varejo. Há alguns anos, por exemplo, ocorreu uma longa greve dos bancários que culminou em perdas significativas para o setor. Para se ter uma ideia, na época vendemos apenas um terço do que normalmente venderíamos naquele período", afirma o presidente de Sindilojas.
Ainda segundo Cid Alves, outro problema causado com a paralisação dos bancários será a impossibilidade de muitos consumidores pagarem suas respectivas faturas do cartão de crédito, o que levará os mesmos à inadimplência. "Há uma significativa parcela de pessoas que não sabe como quitar suas dívidas de outra forma que não seja no atendimento dos bancos. Fala-se bastante em internet, mas muitos não sabem como usar o serviço", opina o líder sindical.
Para o concluir, o presidente do Sindilojas diz que se muitos entrarem na inadimplência, com nomes divulgados na Serasa ou no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), essas mesmas pessoas não poderão continuar consumindo e estimulando o comércio no Estado. "O cartão é muito importante para o setor".
Pressão nas lotéricas tende a crescer nos próximos dias
No primeiro dia de greve dos bancários, parte das agências lotéricas de Fortaleza não apresentou grande aumento na movimentação. Entretanto, há entre os clientes a expectativa de que o volume de pessoas nessas unidades cresça nos próximos dias, por conta do início de outubro.
Um dos principais incômodos relatados por clientes que foram ontem, a lotéricas dos bairros Meireles e Aldeota, foi a impossibilidade de realizar depósitos de quantias elevadas. "Isso complica muito, quando a gente precisa, por exemplo, fazer um pagamento", afirmou o comerciante Ronieres Ramalho.
Na tarde de ontem, Ramalho foi a uma lotérica da rua Tibúrcio Cavalcante, para depositar um valor que superava o limite de R$ 1.500. A solução foi dividir a quantia para os dias seguintes. "O ruim vai ser para quem estava esperando o pagamento, porque agora vai ter que esperar mais", destacou.
Na mesma lotérica, a florista Raíssa Gomes também lamentava o fato de não poder realizar alguns serviços, como transferências de alto valor. "Às vezes, a gente acaba tendo que pagar multa também", comentou.
Eleições
Para o auxiliar administrativo Gerardo Aragão, a proximidade das eleições, no próximo fim de semana, também pode prejudicar alguns clientes, uma vez que muitas pessoas dependem de saques e pagamentos para viajar aos municípios onde votam. Ilton Alexandre acrescentou que, devido ao início do mês, a movimentação nas lotéricas deve subir nos próximos dias. O início da greve não isenta os clientes em relação ao pagamento das contas, sendo necessário recorrer aos canais alternativos para não serem penalizados, como correspondentes bancários, ou seja, lotéricas, Correios, farmácias e supermercados.
Alternativas
Os caixas eletrônicos e o internet banking também recebem a maior parte dos pagamentos e podem ser aliados nos dias em que as agências estiverem paradas. Já transferências e saques de maior valor, financiamentos e outros serviços que dependem de análise de crédito terão de esperar o retorno dos serviços.
ENQUETE
Você sabia sobre a suspensão dos serviços?
"Não sabia da greve. Combinei de encontrar minha irmã aqui, na frente da agência. Como só os caixas eletrônicos estão funcionando, já liguei dizendo para ela não vir mais"
Maria Madalena Gomes
Aposentada
"Queria saber mais informações sobre como utilizar o FGTS para construir a casa própria. Não sabia da paralisação. Agora, é o jeito voltar quando a situação se normalizar"
Ana Harley Morais
Auxiliar de farmácia
Raone Saraiva
Repórter


FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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