Não é preciso muito para notar a personalidade marcante de Cleo Pires. Ao contrário de ser marrenta, tem mais a ver com postura, atitude, pegada. Ela chega chegando. Quando tirou a roupa para a Playboy, em 2010, só avisou em casa (inclusive ao namorado) depois de aceitar fazer o ensaio. Dona do próprio nariz. Sua transformação veio ao sair da barra da mãe e surpreender todo mundo já no debute, em Benjamim, filme de Monique Gardenberg. Lá se foram dez anos. Na pele de Ariela, personagem criada por Chico Buarque no romance homônimo, estreou interpretando cenas fortes de sexo, drama e mostrou seu talento precoce, lapidado nos anos seguintes – desde então já soma nove novelas e cinco filmes na carreira. Também se tornou uma das atrizes mais lindas e desejadas do Brasil sob o nosso olhar babão.
Uma deusa inalcançável? “Acho engraçada essa aura em torno de algumas mulheres [famosas], é tudo meio mítico, meio lenda. É atraente e interessante, e ao mesmo tempo posso me sentir meio usada”, diz ela à VIP nos intervalos das filmagens de um novo longa-metragem, do qual será protagonista. Cleo admite ter uma individualidade forte, mas no momento do flerte pode ser traduzida em sutileza. “Nem sempre [na hora da conquista] tomar a iniciativa significa atitude.
Às vezes é um olhar, uma abertura para a outra pessoa poder chegar”. Fica a dica. Ela dá a letra aos marmanjos (e se eu fosse vocês ouviria com bastante atenção): “Seduzir não é se mostrar ou fazer tipo, é encontrar um canal entre você e a garota, um jeito de sentir o outro, mesmo que seja uma one night stand. Isso tem faltado ultimamente [nos homens]”. Há quase um ano namorando o também ator Rômulo Arantes Neto, com quem fica o dia inteiro ou grudada no celular se estiverem distantes, a musa encontrou “um louco como eu”, parceiro em muitas ideias e nem tanto em outras, sem deixar de ceder, mudar de opinião. Originalidade não é marra, lembre-se.
E Cleo conta mais: o sexo melhora por causa de um sentimento mais generoso, conectando um ao outro na cama e na vida. Sem rodeios sobre brinquedos sexuais, por exemplo, ela os encara como “uma consequência de poder ser você mesmo, se de fato essas brincadeiras te satisfazem”. A Cleo, sim. Um tantinho de pornografia também vai bem, revela, embora já tenha gostado mais. “Hoje em dia prefiro o real”, entrega. Mas adverte: essa porta, a da sacanagem, não deve se fechar em nenhum relacionamento, porque dá jogo, é gostoso. Segundo a morena, a “melhor pornografia rola naturalmente com tesão entre os dois”. Esse é o discurso de quem sabe das coisas, passa longe do medo, e quando escolhe o alvo, joga no canto da parede e vai direto ao ponto.