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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Em Fortaleza, litro da gasolina chega a R$ 3,39

IMPACTO NO BOLSO

02.02.2015

No fim de semana, ainda era possível encontrar o combustível a R$ 3,19 em alguns postos. Filas foram inevitáveis

Combustivel
No posto Leste Oeste, localizado na Avenida Pontes Vieira, o preço da gasolina subiu por volta das 14 horas, passando de R$ 3,19 para R$ 3,39
FOTO: JOSÉ LEOMAR
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O cenário foi ainda agravado depois que a Moody's rebaixou a nota da estatal
FOTO: AGÊNCIA REUTERS
Cientes de que o preço da gasolina estaria ainda mais caro hoje em grande parte dos postos de combustíveis de Fortaleza, inúmeros consumidores aproveitaram o fim de semana para encher os tanques de seus veículos veículo e economizar. No entanto, quem deixou para abastecer de última hora foi pego de surpresa. Na tarde de ontem, mesmo sendo possível encontrar o litro da gasolina comum a R$ 3,19, em alguns estabelecimentos, o valor já tinha chegado a R$ 3,39, assustando os clientes.
No posto Leste Oeste (bandeira Shell), localizado na Avenida Pontes Vieira, o preço da gasolina subiu por volta das 14 horas, passando de R$ 3,19 para R$ 3,39. O aumento de R$ 0,20 ou 6,27% foi suficiente para afastar consumidores, que foram em busca de valores menores.
"Não sei aonde vamos parar desse jeito. É impossível a gente não sentir no bolso o peso desse aumento. Ontem (sábado), ainda consegui colocar a R$ 3,19. Tomei um susto quando percebi a mudança", reclama o auxiliar administrativo Luiz Carlos Ferreira de Oliveira, que desistiu da compra e foi procurar um preço mais em conta.
Se o valor da gasolina no posto Leste Oeste afastou a clientela que iria abastecer na tarde desse domingo, a realidade foi diferente no posto Bela Vista II (bandeira Shell), situado na Avenida Barão de Studart. Lá, o movimento de veículos foi intenso durante todo o dia de ontem. Com o combustível a R$ 3,12, mesmo quem não pretendia abastecer parava.
Filas
Porém, o fluxo desse domingo no Posto Leste Oeste nem se comparava ao registrado na sexta-feira e no sábado, quando o litro da gasolina ainda estava sendo vendido por R$ 3,07. Os clientes que chegavam ao estabelecimento para abastecer tiveram de enfrentar longas filas, algo que não era visto há anos pelos frentistas que trabalham no local.
"Realmente, o fluxo de clientes está muito intenso. O movimento diminuiu um pouco hoje (ontem), mas, para um dia de domingo, está ótimo e deve continuar. Acho que a gerência acertou. Fez bem em subir apenas R$ 0,05 e deixar o aumento cheio para amanhã (hoje)", afirma o frentista Valdson Wender da Silva Freitas.

Segundo ele, a demanda no fim de semana foi tão grande que, das quatro bombas de combustíveis que existem no local, só uma contava com gasolina comum na tarde de ontem. "Estamos aguardando o caminhão tanque chegar para a gente completar as bombas. Para se ter uma ideia, compramos 15 mil litros de gasolina comum na noite de sábado", acrescenta.
Aditivada
Vale lembrar que o impacto é ainda maior sobre os preço da gasolina aditivada. Entre os postos visitados pela reportagem do Diário do Nordeste nesse domingo, o menor e maior valores também foram identificados, respectivamente, nos postos Bela Vista II e Leste Oeste. No primeiro, o litro custava R$ 3,12. Já no segundo, o litro valia R$ 3,59.
Petrobras perdeu R$ 150 bi em valor de mercado
Rio/São Paulo. O valor de mercado da Petrobras caiu em R$ 150 bilhões, ou 58%, quase à metade, desde outubro, data reiteradamente relembrada pela presidente da empresa, Graça Foster. Naquele mês, a diretoria teve acesso aos depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e descobriu que cada projeto liderado por ele foi superfaturado em 3%, propina paga ao ex-funcionário por um cartel de fornecedores também investigados na Operação Lava Jato. O cenário foi ainda agravado na sexta-feira, depois que a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota da estatal de Baa2 para Baa3.
A última semana foi marcada por baixas sucessivas do valor de mercado da petroleira. O auge ocorreu na quarta-feira, quando, por volta das 4h da madrugada, o mercado tomou conhecimento de que R$ 88,6 bilhões do patrimônio, de um total R$ 597 bilhões, estão mal dimensionados - a maioria, superestimado. Consultorias independentes contratadas pela petroleira recomendaram uma baixa contábil de R$ 61,4 bilhões, mas nem todo esse valor diz respeito à corrupção. Há também um efeito de ineficiência de gestão, entre outras fragilidades. Na fatídica quarta-feira, a perda de valor de mercado foi de R$ 14 bilhões e, por fim, na sexta-feira, quando a empresa teve a nota rebaixada, foram mais R$ 6,94 bilhões.
Ainda em outubro, quando tomou conhecimento da dimensão do rombo da corrupção no patrimônio, a diretoria da Petrobras passou a lidar com outro fato de forte impacto no seu caixa: o preço do barril de petróleo iniciou uma trajetória de queda, despencando de US$ 100 para US$ 50 em cerca de três meses.
O adiamento da divulgação do balanço financeiro relativo ao terceiro trimestre do ano passado por duas vezes agravou ainda mais a crise. Se considerado esse marco, a perda do valor de mercado até sexta-feira é de 44%, superior a R$ 57 bilhões.
Quase sem caixa em 2016
Se tudo correr como o planejado, a Petrobras passará por este ano com caixa suficiente para fazer frente a tudo o que vai gastar. Não precisará de nenhuma injeção nova de capital. Tampouco seu fluxo de recursos será afetado pela reavaliação de ativos em função das investigações de corrupção. Mas, mesmo neste cenário, a trégua durará pouco: a empresa começará 2016 à míngua, sem recursos para bancar seus compromissos.
Os dados apresentados na quinta-feira mostram que a empresa começou 2015 com um caixa de US$ 25 bilhões. Durante o ano, vendendo gasolina, diesel e todos os produtos da sua atividade, outros tantos bilhões devem entrar. Para fechar a conta, a companhia cortou parte dos investimentos de 2015. Assim, com todo o caixa que vai gerar, ela paga juros e dívidas, investe o que se comprometeu e, no fim das contas, ainda sobram uns US$ 8 bilhões a US$ 12 bilhões.
O problema é que o que vai sobrar para 2016 é menos da metade do caixa da empresa no início deste ano. Isso significa que, sem fazer drásticas reduções de gastos e investimentos, ela dependerá de bancos e investidores internacionais para fechar a conta, ou apelar para um aporte de capital do governo.
Enquete
Situação deixa consumidor preocupado
"Sempre procuro o melhor preço na hora de abastecer, porque o litro da gasolina está cada vez mais caro. Estava passando aqui pela Avenida Barão de Studart e não pensei duas vezes quando vi o valor de R$ 3,12"
Sara Emiliy Campos
Universitária
"Já passei por três postos de gasolina. Nos dois primeiros, o litro estava a R$ 3,30. Neste aqui, custa R$ 3,39. O brasileiro não pode ser mais tão castigado pelos erros do governo. A situação está complicada"
Adriana Freitas Colasso
Fisioterapeuta
Raone Saraiva
Repórter

FONTE:
DN

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