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terça-feira, 14 de abril de 2015

Sonhos e planos guiam a Fortaleza que virá

TEMPO DE FUTURO

14.04.2015

O amanhã traz esperanças de êxito das ações iniciadas hoje. Na Capital de 289 anos é época de planejar

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A Lagoa do Opaia é referência de encontro e lazer para antigas e novas gerações
FOTO: DANIEL ARAGÃO
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"A juventude tem potencial e luta muito para sobreviver. Os jovens têm que saber que eles não precisam sair do seu bairro para serem cidadãos" diz o arte-educador Joaquim Araújo
Ao sonhar com o futuro qual o espaço para o passado? Negá-lo ou repeti-lo? Em Fortaleza, a alternância deste movimento move a história. O amanhã traz consigo esperanças e exige compromissos hoje. Na cidade mais densa do Brasil, com 7.815,7 habitantes por Km², e onde entre 2009 e 2013, segundo o Ministério da Saúde, em média, 37 mil crianças nasceram por ano, planejar efetivamente o rumo da urbe, abrandar desigualdades e equacionar o adensamento, são demandas urgentes para assegurar que dias melhores virão.
O futuro que o fortalezense deseja é condicionado pelo presente. Pensar a sobrevivência da Capital, ainda apartada entre aldeias e Aldeota, requer a adoção efetiva de planos, estratégias e ações hoje, sob o risco das próximas gerações pagarem preços semelhantes ou superiores àqueles vivenciados atualmente.
Isto na cidade cuja previsão do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), conforme dados da publicação "Fortaleza 2040" da Prefeitura, é de que a partir de 2027 terá mais crianças e aposentados do que pessoas em idade de trabalho. Ou seja, a Capital terá menos habitantes capazes de sustentar os extremos da vida.
Necessidades
Os anseios quanto ao amanhã são os mais variados. Vão da cobrança por mais afeto pelos espaços públicos, patrimônio, ocupação das ruas e até pelas batalhas por moradia digna, garantia de atendimentos em hospitais, vagas em creches e empregos.
Na Fortaleza da dona de casa Verônica Melo Soares, que abriga-se em área de risco, às margens do Rio Cocó, no Passaré, o medo do que virá é semelhante ao sentido pelo arte-educador Joaquim Araújo, no Bom Jardim. Nas periferias as condições são extremas. Não se sabe do futuro, concordam os dois.
No barraco de Verônica, o temor das cheias põe em xeque "o rumo da vida dos três filhos". Nas ruas do Bom Jardim, Joaquim, que atua na formação de jovens, supera as mortes precoces e a violência para continuar crendo no êxito da juventude.

Jovens que, no Vila União, têm na Lagoa do Opaia o ponto de apego e idealizam a construção de um Cuca nas proximidades para serem acolhidos e quem sabe, daqui a alguns anos, colherem bons frutos desta ação. "Teríamos grafite, dança, esporte e informática", projeta o estudante, Hirlan Moura, que aos 16 anos, intervém na cidade através de desenhos em muros.
As aspirações de melhoria se repetem no Centro de Fortaleza. O mais antigo jornaleiro em atuação na Praça do Ferreira, Francisco Aragão, diz "não saber como será o amanhã", mas deseja que o que viveu ali não se perca. Que outras gerações mantenham a relação de afetividade com a praça, para ele, sinal de vida.
Desafios
No rol dos desafios da cidade contraditória, mas também cheia de cuidadores, o arquiteto Romeu Almeida, chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC, garante: "há de se definirem as vocações deste território para se pensar no que virá".
A Capital resistente ao planejamento, ao longo das últimas décadas, tem ensaiado guiar-se por planos. Ainda assim, chega a 2014 com seu Plano Diretor carente de regulamentação e aplicação prática.
O debate proposto pela atual gestão para os próximos 25 anos teve início em 2014 e segue até maio de 2016. "Fortaleza 2040" é o novo mote para pensar problemas velhos. "Também esse momento estará incompleto se não considerarmos a visão das pessoas sobre a própria cidade", ressalta Romeu.
No processo que roga a presença popular, e está em fase de elaboração dos estudos temáticos e setoriais, apenas 1.500 pessoas participaram dos encontros realizados em cinco Regionais, até agora. Ainda faltam duas reuniões do tipo. É hora de definição. Tempo de sonhar e começar a construir como chegaremos lá.
Thatiany Nascimento
Repórter



FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE

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