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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Famílias recorrem a atacados para driblar inflação

DEMANDA CRESCENTE

Com o aumento dos preços neste ano, o consumidor tem buscado opções para ajustar o orçamento

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O número de consumidores que migraram para o atacado é considerável
FOTOS: DANIEL ARAGÃO
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Após trocar o varejo pelo atacado, a técnica em enfermagem Rvka Regina Borges conseguiu gastar o mesmo valor para compras que duram 10 dias a mais
Comprar alimentos, materiais de limpeza e produtos de higiene pessoal em grandes quantidades voltou a ser uma alternativa encontrada por famílias de Fortaleza para economizar. Diante da inflação em alta, que impacta diretamente nos preços de itens da cesta básica, até mesmo consumidores que costumavam comprar exclusivamente no varejo começaram a migrar para redes atacadistas de supermercado. Tudo isso em nome do melhor custo-benefício.
Embora o principal público dessas redes ainda sejam revendedores, como comerciantes, proprietários de bares e restaurantes, sempre foi possível encontrar donas de casa e pais de família nesses estabelecimentos. Porém, nos últimos meses, o perfil dos clientes vem ficando cada vez mais misto. Na Capital cearense, por exemplo, o número de consumidores que migraram do varejo para o atacado, há pouco tempo, é significativo.
Conforme analisa o presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Allisson Martins, essa é uma tendência que deverá ganhar ainda mais força no País e perdurar durante este ano, com a expectativa de a inflação superar o teto da meta (6,5%) estabelecida pelo governo federal.
"Pelas projeções do mercado, a inflação de 2015 deve ficar em torno de 8%. Isso de um modo geral. Se formos levar a alta dos preços para o setor de alimentos e bebidas, o índice pode ser ainda maior", afirma o economista. Para ele, a melhor forma para o consumidor minimizar os impactos no bolso é optar por compras em grande quantidade.
"Essa estratégia, aliada à tradicional pesquisa de preços, é o melhor caminho para amenizar os efeitos da inflação no orçamento", complementa.

Tipos de produtos
Devido à alta nos preços de diversos produtos, Alisson lembra que as compras em maior volume é ideal para produtos pouco ou não perecíveis e mais vantajoso para grandes famílias. Quem mora sozinho ou com poucas pessoas deve comprar somente aquilo de que precisa. Por isso, é importante comparar os preços do atacado e do varejo e analisar se compensa adquirir mais itens. "O certo é que, no geral, o fluxo nas redes atacadistas vem crescendo diante da atual situação econômica do Brasil", aponta.
Em Fortaleza, é possível notar esse comportamento em supermercados como Assaí, Atacadão e Makro, que vendem por atacado e varejo, os chamados "atacarejos". Gerentes que conversaram com a reportagem confirmam esse tendência e informam que, além do público revendedor, a quantidade de clientes que fazem compras para consumo próprio vem crescendo. Geralmente, donas de casa e pais de família procuram os supermercados na primeira semana de cada mês. O fluxo é mais intenso das 8h ao meio-dia e das 17h às 20h.
Escolha certa
A técnica em enfermagem Rvka Regina Borges de França, por exemplo, passou a consumir em supermercados atacadistas e diz que fez a escolha certa. Isso porque, além de fazer compras em grande volume, também tem a opção de levar produtos em quantidade menor.
"Eu costumava gastar cerca de R$ 1.200 por mês num supermercado comum, mas as compras só duravam 20 dias. Agora, gasto o mesmo valor e os produtos rendem o mês inteiro. Sem dúvida, os preços são mais em conta e dá para consumir mais", destaca, apontando para o carrinho, que tinha diversas unidades de bebidas (leite, achocolatado, suco), enlatados, papel higiênico e produtos de limpeza. "Tem produtos, como os cereais, que levo em menores quantidades", conta.
A pedagoga Maria Amélia Sousa Alencar também comemora a economia proporcionada pelas compras no atacado. Antes, a consumidora costumava ir, no mínimo, cinco vezes a um supermercado varejista a cada mês, frequência que passou a ser de apenas três vezes depois que migrou para o atacado. "No meu caso, além do maior rendimento, consigo uma economia média de R$ 500. Gastava em torno de R$ 2.500 por mês. Consigo comprar agora com R$ 2 mil", comemora a pedagoga.
Expansão do setor
A reportagem tentou ouvir as redes Assaí, Atacadão e Makro para repercutir o assunto. Até o fechamento desta edição, apenas o Assaí respondeu às perguntas enviadas. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa informou que 2015 é um ano em que a tradicional busca por preço baixo deve ficar mais forte no mercado brasileiro.
A rede destaca o crescimento do setor atacadista de autosserviço no País, inclusive em capitais como Fortaleza. "O segmento de cash&carry é uma alternativa para as pessoas que preferem fazer compras mensais maiores. O consumidor encontra uma forma de economizar, sem deixar de adquirir produtos de qualidade", diz o Assaí, por meio de sua assessoria de imprensa.
Enquete
Troca tem se mostrado vantajosa
"Compro no atacado há quatro anos e economizo. Recomendo para quem quer aliviar o peso no bolso. Estou levando esse detergente por R$ 0,89 a unidade. Em outro supermercado, custava R$ 1,30"
José Amilton Sousa Barros
Portuário
"Tive de sair do varejo para o atacado neste mês por conta da inflação. Está sendo mais vantajoso comprar alguns produtos em maiores volumes. A diferença entre os preços é muito clara"
Clerton Linhares Gomes
Professor universitário
Raone Saraiva
Repórter

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