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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Alunas fazem mobilização pelo uso de shorts em escola de Porto Alegre

Petição online "Vai ter shortinho, sim" já tem mais de 6 mil apoiadores.
Colégio Anchieta divulgou nota sobre a manifestação das estudantes.


Rafaella FragaDo G1 RS

Alunas vestiram blusa preta e shorts em protesto na escola (Foto: Giulia Morschbacher/Arquivo pessoal)
Alunas vestiram blusa preta e shorts em protesto na escola (Foto: Julia Townsend/Arquivo pessoal)

Um grupo de alunas com idades entre 13 e 17 anos deu início a um movimento que contesta as regras de vestuário do Colégio Anchieta, um dos mais antigos de Porto Alegre. O abaixo-assinado nomeado “Vai ter shortinho, sim” é destinado a coordenadores e diretores, e foi lido por uma das autoras durante um ato que reuniu dezenas no intervalo do turno da manhã, nesta quarta-feira (24).
As alunas dizem que a instituição não permite o uso de shorts nas dependências da escola. “Eles falam que não é lugar de usar shortinho. Mas essa é a nossa roupa. A gente tem o direito de usar a roupa que a gente quiser”, observa Marina Stein, 14 anos.
Algumas relataram situações de constrangimento. “Tem vários casos de meninas que já foram retiradas da sala de aula, e pediram que elas vestissem uma calça de moletom ou que fossem para casa, porque com aquela roupa não dava para ficar”, acrescenta ela, que é estudante do 9º ano do Ensino Fundamental.
petição online foi criada na tarde de terça (23) e já soma mais de 6 mil assinaturas, até a tarde desta quarta (24). No texto, as meninas pedem “que a instituição deixe no passado o machismo, a objetificação e sexualização dos corpos das alunas e a mentalidade de que cabe às mulheres a prevenção de assédios, abusos e estupros”.
“Já ouvi de alguns coordenadores de que é desconfortável que a gente use shorts porque os meninos ficam olhando. Mas isso é um pensamento machista. Não é sei se é da própria escola ou não, mas é uma opinião machista”, sustenta Giulia Morschbacher, 15 anos, autora do texto.
A cartilha da escola diz que as alunas devem vestir “blusa de manga, calça, bermuda, vestido ou saia”. “A bermuda tem que ser no joelho. Não pode regata, não pode nem chinelo”, reclama Chiara Paškulin, 16 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio.
Alunas de colégio de Porto Alegre protestaram contra as normas do vestuário (Foto: Giulia Morschbacher/Arquivo pessoal)Alunas protestaram contra as normas do vestuário do colégio (Foto: Julia Townsend/Arquivo pessoal)
Diante da repercussão e da intensa mobilização nas redes sociais, ela e outras meninas convocaram um ato para o intervalo desta quarta (24). Com cartazes e vestindo blusa preta e shorts, elas protestaram no pátio da escola e ganharam apoio de meninos também.
“Esse assunto surgiu há muito tempo e todo ano eu sempre questiono essas normas do vestuário. Eles [diretores do colégio] estão com uma ideia um pouco errada do movimento. Eles acham que a gente quer usar só porque os meninos podem usar. Mas não é isso simplesmente. A gente quer se inserir na sala de aula esse tipo de discussão. Sobre feminismo, sobre questões de gênero”, afirma ela, que também é aluna do 2º ano do Ensino Médio.
Logo depois do ato, algumas alunas foram chamadas para uma reunião com o representante do Diretório Acadêmico da escola. "Eles foram bem receptivos e disseram que vão conversar com outras equipes, de outras áreas da escola, e nos dar uma resposta. Mas a gente vai continuar", frisa a estudante.
G1 entrou em contato com o Colégio Anchieta, que, por meio da assessoria de comunicação, explicou que em todo início de ano letivo é encaminhado aos pais um material que fornece todos os detalhes do regimento da escola, inclusive as normas de vestuário. A instituição também se manifestou através de nota.
Confira na íntegra:
"A assessoria de comunicação esclarece que o Colégio Anchieta está acompanhando a reivindicação dos alunos de trazerem para discussão temas da atualidade presentes no contexto educativo e social. Por isso, reitera que está dialogando com a comunidade anchietana (alunos, pais, professores, funcionários) sobre as questões em pauta, de acordo com seus princípios e valores, bem como, seu modo de ser e proceder”.
FONTE: G1

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