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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Comissão do impeachment no Senado começa com críticas a comportamento do relator


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A sessão desta quarta-feira, 4, na comissão do impeachment no Senado é dedicada à leitura do parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), mas mal começou e já teve desentendimentos. Assim que foi declarada aberta a sessão, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu a palavra e criticou o comportamento do relator, que abandonou a reunião de ontem antes do encerramento do debate com os convidados que vieram fazer a defesa da presidente Dilma Rousseff. A crítica gerou uma confusão entre os senadores e a comissão precisou ser suspensa por dois minutos.
“Não se justifica que o relator se ausente para terminar o seu relatório, já que foi ele mesmo quem elaborou este calendário. Na reunião da segunda-feira, dedicada a ouvir convidados que acusavam a presidente, o relator permaneceu até o final”, disse Gleisi.

A senadora argumentou que, apesar dos convidados não serem testemunhas, já que não se trata ainda de um julgamento, eles estavam presentes para trazer argumentos que deveriam ser considerados pelo relator no momento de escrever seu parecer. “O regimento, a operação da Justiça, obriga o julgador a ouvir aqueles que vêm falar no processo.”
A reunião de ontem durou até 22h45, mas o relator deixou a audiência por volta das 19h20, sob o argumento de que precisava finalizar o seu relatório. Ele foi criticado ainda na mesma noite pela senadora Gleisi e, após isso, acabou retornando à sala da comissão.
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), saiu em defesa de Anastasia. Segundo ele, as críticas de Gleisi nada mais são que uma estratégia do PT para atrasar o processo de impeachment. “O PT voltou a ser o PT de sempre, provocativo e acusador, e voltando à oposição, volta às velhas práticas. É lamentável que se tenha um fim tão melancólico”, acusou.
Os senadores também aproveitaram o momento para fazer outras críticas ao relator. O senador Lindbergh relembrou os documentos do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCU-MG) que demonstram que Anastasia também editou decretos de créditos suplementares, mesma acusação que recai sobre a presidente da República. Lindbergh levantou uma questão de ordem, em que pedia a suspensão de Anastasia como relator. O pedido foi recusado pelo presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB).
Após as colocações de Gleisi e Cássio, outros senadores pediram a palavra para defender suas posições. Em um clima de embate entre senadores do PT e PSDB, uma confusão se instaurou no plenário da comissão. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou os demais senadores de “cinismo” por quererem correr com o processo e afastar a presidente “por apenas seis decretos”.
Para rebater, o tucano Ricardo Ferraço (PSDB-ES) disse que Lindbergh só queria aparecer na televisão, mas que agora ele teria que “ouvir tudo sentadinho” porque era sua vez de falar. Ofendido com os termos, Lindbergh pediu respeito e iniciou nova discussão. Para acalmar os ânimos, o presidente da comissão teve que suspender a sessão por dois minutos.
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