VOOS PELA CAPITAL

Condor das Copas

03.07.2014

Torcedor símbolo da Colômbia aterrissa em Fortaleza às vésperas do jogo "mais importante da vida"

O torcedor é figurinha carimbada nas arquibancadas dos estádios da Copa. 'El Cole' segue a seleção da Colômbia desde o Mundial da Itália, em 1990

FOTO: ÉRIKA FONSECA

Nem torcedores nem imprensa puderam acompanhar o treinamento da equipe ontem, realizado na Universidade de Fortaleza (Unifor)

FOTO: KID JÚNIOR

As seleções de Colômbia e Brasil já estão em Fortaleza e, seguindo os selecionados, também já chegaram os milhares de torcedores que esperam ansiosos pelo duelo de quartas de final marcado para amanhã, na Arena Castelão. Estre os aficionados, há uma espécie de embaixador do futebol colombiano: "El Cole".

Trajando as cores de seu país, o torcedor símbolo percorre o mundo há 25 anos com "Los Cafeteros" e, ainda que esteja em sua quinta Copa do Mundo, se mostra tão empolgado como na primeira vez.

"Neste Mundial, estamos reescrevendo a história do futebol colombiano. Ao passar das oitavas, conquistamos, enfim, uma vaga nas quartas de final e agora teremos a partida mais difícil da nossa história. Tudo isso se torna mais grandioso por acontecer no Brasil, no país do futebol", garantiu o vibrante torcedor.

 

 

Apesar do otimismo, quando o assunto é a partida de amanhã, contra a Seleção Brasileira, o 'condor' se mostra um pouco mais preocupado, mas não menos animado.

"Se ganharmos do Brasil, teremos vencido os maiores do futebol; se perdermos, teremos caído diante dos melhores, dos pentacampeões, e nos sentiremos orgulhosos. Independentemente do resultado, o Castelão será palco de uma grande confraternização", garantiu.

Recepção

Embora seguindo sua seleção por cinco Copas do Mundo, oito Copas América, dois Mundiais Sub-20 e uma Olimpíada, é a primeira vez que El Cole 'voa' pelo Brasil. "Estou sendo muito bem recebido. Seja voando por Brasília ou Fortaleza, todos têm aberto seus corações para mim.

"El Cole" é patrocinado por duas empresas e, no peito, carrega uma tarja preta homenageando 31 crianças de Barranquilla, sua cidade natal, que morreram em um acidente de ônibus.

Colômbia adota o mistério em treino

A Seleção da Colômbia fez ontem o seu primeiro treino em solo cearense para a partida decisiva de oitavas de final da Copa contra o Brasil, nesta sexta-feira às 17 horas na Arena Castelão.

O treinamento foi realizado no Estádio de Atletismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), sem que o selecionado permitisse a presença de torcedores ou imprensa. A ação de fazer treino secreto já vinha sendo adotada em São Paulo (SP), onde a equipe mantém sua base na Copa, mas ontem alguns torcedores saíram tristes da atividade.

Um grupo de colombianos do circo "Le Cirque" compareceu ao local e se posicionou nos portões das 16 às 18h30, mas viu apenas o ônibus da delegação passar. "Para nós, é muito bom ver que a nossa seleção já chegou às oitavas de final da Copa. Se ganhar, ficamos felizes, se não ganhar, a boa campanha já nos satisfaz", disse Gabriel Rodriguez, equilibrista do "Le Cirque".

José Romero, doutor em bioquímica, afirmou que "a Copa é uma grande mensagem de unidade dos povos. É o momento em que nos encontramos".

Yepes:Estreia e despedida

Mario Yepes tem 38 anos e 101 partidas pela seleção colombiana, mas disputa uma Copa do Mundo pela primeira - e última - vez. E por isso quer ir o mais longe possível, para se despedir em grande estilo não só da camisa amarela, mas provavelmente da carreira de jogador.

Sua estreia foi em 1999, mas só agora ele sente o gostinho de disputar a Copa do Mundo com a qual sempre sonhou.

E quis o destino que em "sua" Copa a Colômbia brilhasse como nunca, ganhando as quatro partidas que fez e, pela primeira vez, está nas quartas de final.

Despedida

E se o time continuar avançando e chegar ao título, caberá a ele levantar o troféu - é o capitão da equipe desde 2008. Seria a despedida dos sonhos para qualquer jogador.

Na última temporada, depois de três anos no Milan, ele defendeu a Atalanta. E, antes do fim do Campeonato Italiano, deu declarações indicando que dificilmente voltaria a jogar depois do Mundial. Sua meta é se tornar treinador, e para concluir o curso de formação que começou a fazer na Itália, precisará pendurar as chuteiras.

"Fiz o primeiro estágio do curso, o único que é aberto para jogadores em atividade. Para ter o certificado que me permitirá trabalhar ainda preciso fazer mais dois ciclos, mas só poderei me inscrever quando tiver parado de jogar", disse ele.

FONTE:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/jogada/condor-das-copas-1.1050601