Minha fala é preconceituosa?
POR CANAL DO ENSINO - Olá, leitor(a)!
O mundo muda e a maneira de nos comunicarmos também. Por exemplo, se você ler a carta de Pero Vaz de Caminha anunciando a chegada ao Brasil ao rei de Portugal, irá encontrar um vocabulário muito obsoleto tanto para os portugueses quanto para os brasileiros de hoje.
Da mesma forma, existem termos e palavras que não fazem sentido na comunicação atual. A seguir, vamos explicar como sua fala pode ser preconceituosa e o que é preconceito estrutural. Também daremos 22 exemplos de expressões que devem ser evitadas e sugestões de como substituí-las. Acompanhe!
Minha fala é preconceituosa?
Provavelmente, sim, mas isso não significa que você seja preconceituoso(a). Algumas palavras presentes no seu vocabulário, e no da maioria das pessoas, possuem conotação negativa, pois são resquícios de épocas passadas.
Muitos brasileiros utilizam frases e palavras sem repararem em sua origem nem em seu real significado. Assim, mesmo sem ter a intenção, esses indivíduos reproduzem termos racistas, machistas e capacitistas que reforçam estereótipos.
Por que é importante evitar essas expressões?
As transformações na língua acompanham as mudanças de pensamento na sociedade. Por exemplo, a escravidão foi abolida no Brasil apenas em 1888 e a ascensão dos movimentos feministas data do início do século XX. Esses fatos são muito recentes e alguns resquícios de épocas passadas ainda estão no nosso modo de falar. Contudo, a sociedade já entendeu que isso precisa mudar.
Não é que essas expressões se tornaram problemáticas de uma hora para a outra. Elas sempre carregaram significados negativos, mas, com as mudanças culturais, só nos demos conta recentemente de que isso estava errado e precisava ser melhorado. Deixar de lado velhos hábitos é algo necessário, apesar de ser uma tarefa lenta e complicada.
O que é preconceito estrutural?
O preconceito estrutural é bem fácil de entender. Ocorre quando reproduzimos atitudes e costumes que foram perpetuados durante séculos, mas que não fazem mais sentido hoje. Por exemplo, podemos tentar explicá-lo por meio de uma analogia:
Pense em uma mulher que, ao fritar peixe, sempre cortava a cabeça e o rabo do animal. Com o passar do tempo, sua filha, intrigada com aquela perda substancial, pergunta os motivos dessa atitude e recebe como resposta: “É que minha mãe sempre fez assim!”.
Então, a menina vai perguntar para a avó as razões para cortar a cabeça e o rabo do peixe e escuta a mesma coisa: “É que minha mãe sempre fez assim!”.
Inconformada, continua buscando uma explicação e questiona a bisavó sobre aquele hábito. Dessa vez, a resposta é: “Minha filha, naquele tempo, só tínhamos uma frigideira, que era muito pequena. Como o peixe era bem maior do que a panela, eu cortava a cabeça e o rabo para poder fritá-lo!”.
Compreende? Devemos olhar criticamente para essas situações, entender quais eram suas motivações e procurar formas de modificá-las nos dias atuais. No que diz respeito à linguagem, podemos começar refletindo sobre as razões de usarmos certas expressões e sobre como substituí-las.
Qual o impacto negativo dessas falas no dia a dia?