domingo, 24 de março de 2013

CASIMIRO DE ABREU - SAUDADES



 
   

 
 
 
 

 
 
Saudades
Casimiro de Abreu

Nas horas mortas da noite,
Como é doce o meditar,
Quando as estrelas cintilam,
Nas ondas quietas do mar.

Quando a lua majestosa,
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa,
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio,
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor.

O sino do campanário,
Que fala tão solitário,
Com esse som mortuário,
Que nos enche de pavor.

Então - proscrito e sozinho -
Eu solto aos ecos da serra,
Suspiros dessa saudade,
Que no meu peito se encerra.

Esses prantos de amargores,
São prantos cheios de dores:
- Saudades - dos meus amores,
- Saudades - da minha terra !

 
 
 
 
                                                                                                                                            
 
 
 
 
 
 
 *Casimiro José Marques de Abreu nasceu na Barra de São João, Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de 1839, onde morreu, vitimado pela tuberculose, em 18 de outubro de 1860.*


FONTE: https://groups.google.com/forum/?fromgroups=#!topic/turmadobafometro/dnTNEwnpbqs

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