OS SAPATINHOS AZUIS DE TRICÔ Diogo Fontenelle No poço profundo da noite, Rosa decide doar seu filho Para a sua ex-patroa, a madame do longínquo bangalô. Atroz decisão a resvalar pelo olhar materno sem brilho. Parte o bebê calçado com uns sapatinhos azuis de tricô. A madame acolhe o bebê com zelo de mãe em alarido E voa pelas dobraduras da noite qual uma estrela fria. A nova mãe descarta os sapatinhos do recém-nascido, Sapatinhos que eram o adeus de uma mãe em agonia. Adeus tricotado em marés de desespero sem calmaria.
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