Adriana Rattes é cotada. Marília Gabriela teria recusado convite
Após as duras reações contra a extinção do Ministério da Cultura e a ausência de mulheres nos ministérios, o presidente interino Michel Temer busca uma solução para resolver as duas polêmicas: criar a Secretaria Nacional de Cultura, que seria dirigida por uma mulher. Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Rio de Janeiro, aparece como nome mais cotado. Mas o nome da jornalista Marília Gabriela também circulou. O convite teria sido levado pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), mas Marília teria recusado.
A Secretaria Nacional de Cultura não será incorporada ao Ministério da Educação, como estava inicialmente previsto. Ela será ligada diretamente à Presidência. Neste fim de semana, Temer faz reuniões e articulações para definir os nomes que restam de sua equipe, entre eles, o da Secretaria de Cultura. A expectativa é de que ele seja anunciado na segunda-feira.
O anúncio da extinção do Ministério da Cultura causou uma forte reação negativa, sobretudo de artistas. O compositor Caetano Veloso fez duras críticas em artigo publicado no O Globo, neste domingo (15).
"Parece que há quem queira festejar. Eu, neste primeiro momento do governo Michel Temer, só tenho mesmo é uma grande queixa a fazer: a extinção do MinC é ato retrógrado. Depois de já haver, oportunisticamente, desistido de diminuir o número de ministérios, Temer, premido pela má repercussão da notícia, voltou a fazer o que a maioria dos brasileiros, acertadamente, quer: enxugar a máquina administrativa, na crença de que, assim, faz economia e livra-se do toma-lá-dá-cá. Na verdade, o peso econômico é pífio e as escolhas dos novos ministros não apontam para um critério técnico e meritocrático."
(...)
"Não. Eu digo NÃO. Os artistas que se sentem atraídos pelo histórico do PT, o mais duradouro e estruturado partido de esquerda do mundo contemporâneo, não são dependentes de governo. Eu não sou dependente de governo. Tenho minhas opiniões próprias e exibo as contradições de minhas buscas. Só retirarei a afirmação de que baixar o MinC a uma secretaria dentro do Ministério da Educação (que tem tarefa gigante pela frente) ou a uma Secretaria Nacional de Cultura ligada à Presidência da República, como se cogita agora, é retroagir se, uma vez em ação, o novo governo prove que é capaz de dar à produção cultural a atenção que ela requer. Se os trabalhos da DDI tiverem continuidade, se os ajustes que se mostrem necessários no uso da Lei Rouanet servirem para que ela seja mais eficaz no estímulo à inventividade, se outras áreas da criação forem levadas à condição de superavitárias, se o Estado exibir que sabe o quanto o apoio à cultura pode resultar em crescimento econômico, direto e indireto, local ou como estímulo ao turismo internacional. Sem isso, não quero nem saber de festa."
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