Quadrilha que fraudava Enem foi alvo de operação da PF em MG, CE e BA.
Candidatos usavam ponto e central telefônica para receber as respostas.
Central e ponto apreendidos pela PF na fraude ao Enem (Foto: Polícia Federal/Divulgação) |
Vinte e oito mandados foram expedidos pela Justiça, quatro de prisão temporária. Até a publicação desta reportagem, havia 10 prisões confirmadas só na operação Embuste. No total, 11 pessoas foram presas por suspeita de fraudes no Enem 2016, informou a Polícia Federal em entrevista coletiva.
O delegado Marcelo Freitas explicou que, de um hotel em Montes Claros (MG) a quadrilha enviava o gabarito para os candidatos, que usavam um microponto colocado no ouvido e uma central telefônica acoplada no peito ou braço. Ambos podem ser apontados com o uso de detector de metais, mas a PF acredita que o equipamento não esteja sendo usado de maneira eficiente.
Áudio e tosse
“Pela primeira vez constatamos o retorno de áudio por parte do candidato. A maneira que ele usava para demonstrar ao interlocutor que compreendia ou não o gabarito era por intermédio de tosse. Se tossia uma vez ele havia compreendido, se tossia duas vezes, o interlocutor repetia o gabarito”, disse Freitas.
Escutas autorizadas pela Justiça mostram que antes do exame era feito um teste para verificar se o candidato conseguia escutar a voz de quem iria repassar as respostas para ele. Durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos vários equipamentos usados na fraude.