A personal Camila Reis assiste Karina Sampaio no treino ao ar livre
FOTO: SAULO GALDINO/DIVULGAÇÃO
A mobilidade da lombar é focada, assim como a circulação das pernas, agindo contra o acúmulo de líquidos e o surgimento de varizes
FOTOS: HELOSA ARAÚJO
As séries, no pilates para grávidas, são compostas de poucas repetições. A respiração e a postura das futuras mamães são beneficiadas diretamente
Exercícios com a bola fortalecem a musculatura das pernas. Esta prática também auxilia na hora do parto devido ao trabalho que é realizado na região pélvica
Respeitar a condição física da futura mamãe, alerta o obstetra Elson Almeida (Medicina Preventiva do Hapvida). Segundo ele, mulheres que praticavam exercícios antes de engravidar podem continuar com seu programa de exercícios, com a devida autorização de seu médico, só que de forma mais leve, ou seja, com a redução da carga, duração e velocidade dos mesmos. Para as sedentárias, os exercícios não precisam ser restringidos, desde que sejam feitos com moderação.
De acordo com o professor de Educação Física da Unifor, Walter Cortez, as grávidas sedentárias devem malhar de 30 a 45 minutos, duas a três vezes por semana, enquanto as ativas de 45 minutos a uma hora, três a cinco vezes por semana. A indicação é do Colégio Americano de Medicina do Esporte.
Preferência pelo pilates
Dentre as atividades mais procuradas durante a gravidez está o pilates. O exercício proporciona muitos benefícios: fortalecimento e alongamento da musculatura do abdômen, dos glúteos e da parte inferior das costas, além de diminuir a sensação de desconforto e agir contra o inchaço das pernas.
Segundo a fisioterapeuta e instrutora de pilates, Thycianne Bezerra Lima, a prioridade é que os movimentos sejam executados, com poucas repetições e carga leve. Por serem adaptados, a grávida não deve fazer posturas que causem desequilíbrio, enquanto os exercícios de braço ajudam a fortalecer a região dando boas condições à futura mamãe de carregar seu filho no colo. Pernas devem ser trabalhadas, a fim de se evitar dores articulares em função do sobrepeso.
Thycianne atende a nutricionista Vanessa Queiroz, que espera o primeiro filho, Victor. No oitavo mês de gestação, a mamãe conta, satisfeita, que só engordou seis quilos até agora. "Melhorei muito do estresse e a circulação foi beneficiada. Escolhi esta prática porque sempre pensei no parto normal, pois o pilates auxilia no esforço na hora de ter o filho. A atividade trabalha muito bem a flexibilidade do assoalho pélvico. Segurar o 'xixi' no final da gravidez pode ser um problema. Sinto que, em relação a isso, estou bem", revela.
Foco na respiração
Nas sessões, que duram de 55 minutos a uma hora, a instrutora de pilates orienta a aluna a focar na respiração, um dos princípios do método. Os exercícios de alongamentos são primordiais, pois, em função do aumento abdominal, o peso se desloca todo para a frente, alterando o seu centro de gravidade, aumentando a curvatura fisiológica da coluna e causando dores. "Finalizamos a aula com exercícios de relaxamento, utilizando a cromoterapia, em especial a luz azul que tranquiliza", diz Thycianne.
Corrida: por que não?
Seja na pista de atletismo da Unifor ou nas ruas, a gerente de projetos, Keyla Guerra, segue seu treino de caminhada/corrida, grávida de cinco meses de Heloísa. Tudo com a aprovação da obstetra, acompanhamento de uma profissional de Educação Física e de um nutricionista. Mesmo assim, ainda percebe reações por onde anda. "Não há receio, mas vejo que a maioria das pessoas não sabe que é possível praticar corrida na gravidez. A pergunta é sempre a mesma: " você pode correr?"
Questão de intensidade