Os deputados estaduais e federais eleitos no pleito em outubro do ano passado tomam posse nesta sexta-feira (31)
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Sem cargos na Assembleia e Câmara dos Deputados, parlamentares não reeleitos traçam planos para o futuro. Projetos pessoais contemplam profissões diversas |
Alguns estavam na vida pública há décadas, outros tinham acabado de passar pelo primeiro teste em mandato político. Em comum, a desaprovação nas urnas por um eleitorado cada vez mais criterioso. Passado o primeiro momento de acomodação em cargos públicos, para onde vão os parlamentares que não foram reeleitos para mais um mandato no Ceará?
Uns ainda aguardam o chamado do governador Camilo Santana para serem aproveitados, quem sabe, em um segundo escalão do Governo. Outros, porém, acreditam que até 2020 poderão assumir uma vaga deixada pelo titular do assento parlamentar. Isso porque já no próximo ano haverá eleição municipal, período em que um ou outro deputado se candidata a prefeito.
Há ainda aqueles que, aparentemente, vão se dedicar apenas a causas de interesses particulares. É o caso do deputado federal Cabo Sabino, do Avante. Coordenador da Bancada Cearense na Câmara Federal, o parlamentar disse que vai continuar a vender imóveis e seguros de automóveis.
“Eu sou corretor de seguro e imóveis. Essa é minha área, vou continuar a vender imóveis e seguros de automóveis”, afirmou o parlamentar, que nas eleições de 2018 recebeu pouco mais de 47 mil votos, menos da metade dos 120 mil que obteve em 2014, ficando na segunda suplência de sua coligação.
Atualmente presidente do Avante do Ceará, o deputado informou ao Sistema Verdes Mares que na área política “só Deus sabe”, e que cabe à executiva nacional da legenda adotar quais serão as diretrizes do grêmio em relação ao Ceará. Sabino afirmou ainda que não conversou com Camilo Santana sobre cargos na gestão.
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Manoel Duca (PDT) era um dos parlamentares mais experientes da Assembleia e revelou que irá “cuidar da fazenda, plantar milho, feijão, cuidar das galinhas” se não for chamado para substituir algum deputadoFoto: Arquivo |
Manoel Duca (PDT) era um dos parlamentares mais experientes da Casa. Com 76 anos, o deputado, segundo suplente da coligação, ainda aguarda ser chamado para assumir o cargo, já que Lucilvio Girão (PP), o primeiro suplente, foi beneficiado com a ida de Zezinho Albuquerque (PDT) para o Governo Camilo.
Se nada mais der certo, “Duquinha”, como é chamado, volta para sua terra, Acaraú, para “cuidar da fazenda, plantar milho, feijão, cuidar das galinhas”. O pedetista, porém, que tem um filho prefeito do Município de Acaraú, já está de olho nas eleições de 2020.
“Se não for convocado, já estou com minha malinha pronta para voltar à minha terra. Mas vou continuar na política, vamos em frente. Temos eleições a cada dois anos no Brasil, não é mesmo?”, disse Manoel Duca
Ely Aguiar (DC), por sua vez, até segunda ordem, segue no comando do Democracia Cristã (DC) do Ceará. O parlamentar, que é apresentador de programa, estaria avaliando uma proposta para trabalhar em uma televisão de Santa Catarina.
Ferreira Aragão (PDT) espera ser beneficiado com a eleição de colegas para prefeituras do Ceará em 2020.
Até o momento, além de Lucilvio Girão, somente Aníbal Gomes (PDT) foi beneficiado com o retorno do deputado federal eleito Mauro Filho à gestão Camilo Santana. Os demais aguardam um chamamento do governador.
Além daqueles que não conseguiram reeleição também existe o caso dos que buscaram novos voos, mas não obtiveram êxito. A deputada estadual Rachel Marques (PT) ficou na terceira suplência dos candidatos à Câmara Federal. Como é servidora pública da área da Saúde, a petista já está se atualizando, fazendo cursos, para voltar a atuar na área de psicologia.
“Dia 1º de fevereiro, quando terminar meu mandato, eu assumo como psicóloga. Inclusive, já estou estudando, fazendo cursos, me atualizando, para atuar na área da Saúde”, afirmou Rachel Marques (PT)
O deputado federal Chico Lopes (PCdoB) também acredita que poderá retornar para a Câmara Federal. O parlamentar informou que, apesar de não ter problema em trabalhar politicamente mesmo sem mandato, o cargo tem seu peso.
Já Ronaldo Martins (PRB) acredita que continuará à frente dos trabalhos de seu partido no Ceará, e deve preparar a agremiação para o pleito de 2020.