Ao assumir seu segundo mandato, a chefe do Executivo brasileiro disse que é necessário democratizar o poder e que isso passa pela reforma política, a qual deve mobilizar toda a sociedade
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Com a passagem da presidente, militantes entoaram o coro "Olê, Olá, Dilma!"
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Brasília A presidente Dilma Rousseff anunciou, ontem, em seu discurso de posse de 44 minutos no Congresso Nacional, o envio, ainda neste semestre, de um pacote de medidas de combate à corrupção e afirmou que a educação será a "prioridades das prioridades" em seu segundo mandato. Mais tarde, em pronunciamento no parlatório do Palácio do Planalto, a presidente afirmou que nenhum dos direitos sociais será subtraído.
Dilma, de 67 anos, assume o segundo mandato depois da mais acirrada eleição presidencial desde a redemocratização e em meio ao maior escândalo de corrupção da história do País.
Aos congressistas, a presidente voltou a pedir um grande pacto nacional contra a corrupção. "Estou propondo um grande pacto nacional contra a corrupção que envolve todas as esferas de governo e todos os núcleos de poder, tanto no ambiente público ou privado", disse.
"A corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e brasileiros honestos e de bem. A corrupção deve ser extirpada", disse.
A presidente citou os cinco pactos propostos por ela para combater a impunidade de corruptos e corruptores. Duas das medidas são: transformar em crime e punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstrem a origem dos seus ganhos e modificar a legislação eleitoral para transformar em crime a prática de caixa 2.
A mandatária disse ser necessário "democratizar o poder" e afirmou que isso passa ainda pela reforma política. "É inadiável, também, implantarmos práticas políticas mais modernas e éticas e por isso mesmo mais saudáveis. É isso que torna urgente e necessária a reforma política. Uma reforma profunda que é responsabilidade constitucional desta Casa, mas que deve mobilizar toda a sociedade na busca de novos métodos e novos caminhos para nossa vida democrática. Reforma política que estimule o povo brasileiro a retomar seu gosto e sua admiração pela política", disse a petista.
Dilma também lamentou os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras no âmbito da Lava-Jato e prometeu defender a estatal de "predadores internos e inimigos externos".
"Temos muitos motivos para preservar e defender a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos. Por isso, vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito e fortalecê-la cada vez mais", disse a petista.