Suely de Oliveira procura o marido, Geovane dos Santos, que estava em um sítio próximo à barragem da Mina do Feijão
Enviada especial a Brumadinho – A supervisora de vendas Suely de Oliveira Costa, de 38 anos, mistura os sentimentos de tristeza e indignação. A mineira perdeu a casa e familiares na tragédia de Brumadinho (MG).
IGO ESTRELA/METRÓPOLES |
“Nadei na lama atrás do corpo do meu marido”, conta. Suely falou com Geovane dos Santos, de 40 anos, por volta de 11h45 de sexta-feira (25/1). O operador de máquina estava no sítio da família, no morro do Feijão. “Ele disse que ia dormir e que estava me esperando”, conta.
Minutos depois, Suely viu as notícias sobre a tragédia na televisão. “Eu e uma amiga corremos para o sítio, mas só vimos destruição. Os porcos estavam mortos e os móveis tinham sido levados pela lama”, conta. Amigos e familiares da supervisora de vendas estão há dias à procura de Geovane, mas ela não tem esperança de encontrá-lo vivo.
“Não temos a quem recorrer. Não temos notícias claras sobre quais providências temos que tomar”, disse. Segundo Suely, Brumadinho sempre foi uma cidade maravilhosa para se viver, mas ela não reconhece mais as paisagens. “Qual será a próxima cidade afetada? As autoridades precisam tomar providências. Não estamos falando de bens materiais, estamos falando de ser humano”, concluiu.
Suely de Oliveira procura o marido, Geovane dos Santos |
Suely escreveu uma emocionante carta para alertar as autoridades sobre a situação das famílias em Brumadinho. “Agora a tragédia chegou à minha casa e à minha família. Minha comunidade chora e mais uma vez sofre o abandono e o descaso dos poderosos”, escreveu.
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