
Wilson Rocha, diretor do Ecoletas Ambiental, diz que o descarte correto ajuda na proteção de dados, através da destruição de cartões de memórias e HDs, impossibilitando qualquer tipo de resgate indevido de informação
FOTOS: HELENE SANTOS

Na Ambientel Brasil Sustentável, é realizado o descarte de resíduos sólidos e rejeitos eletrônicos, através de entrega ou coleta residencial

João Paulo Brasil Carvalho, idealizador do Ambrasus, mostra a quantidade de material recolhido ou recebido pela cooperativa para o descarte e reciclagem
Com a maior acessibilidade e o barateamento da tecnologia, está cada vez maior o uso de aparelhos eletrônicos nos domicílios brasileiros. Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.Br), no Nordeste, por exemplo, 97% das residencias possuem pelo menos uma TV, 86% têm telefone celular e 19% computador portátil.
De acordo com a Accenture, multinacional de consultoria de gestão, o Brasil é o maior consumidor de equipamentos eletrônicos do planeta. E, como todos os anos são lançados novos tipos de aparelhos, gera-se uma dúvida: o que acontece com os eletrônicos descartados?
Para solucionar questões como essa é que foram criadas ações como a Ambiente Brasil Sustentável (Ambrasus), cooperativa que trabalha com a destinação correta de resíduos sólidos e eletrônicos. "A gente perguntava qual destino dar e ninguém sabia. Alguns tiravam as partes que davam dinheiro, como o cobre e o metal, e o resto era lixo", lembra João Paulo Brasil Carvalho, idealizador e fundador do projeto. "Daí eu fui para Curitiba para aprender o que era lixo eletrônico, para dar um destino correto, e então a gente resolveu abraçar essa causa e fazer parceria com as empresas que compram esses materiais".
Uma das principais questões apontadas por João Paulo é a falta de consciência das pessoas sobre o que é resíduo eletrônico e, por isso, muitos desse materiais vão parar junto com o lixo comum. O idealizador da Ambrasus conta que eles recebem cerca de 1,1 tonelada de rejeitos - como TVs, celulares, máquinas de lavar, computadores, dentre outros - o que ainda é pouco comparado com a quantidade de lixo produzido por pessoa. "Isso traz um grande problema para o meio ambiente porque eles contêm materiais pesados como mercúrio, cádmio, chumbo, que em contato com o solo prejudica bastante tanto o lençol freático, como a vida útil dos animais e do próprio ser humano".
Esta preocupação com a conscientização e educação ambiental também é uma das diretrizes de empresas como a CallDesk. De acordo com Edward Oliveira, analista de marketing, a CallDesk já conseguiu reduzir 80% dos resíduos gerados que iam para o aterro sanitário e 100% do lixo eletrônico.
Edward enfatiza que este tipo de iniciativa acaba gerando uma relação mais sadia e humana para a sociedade além de despertar a consciência dos colaboradores. O analista de marketing também conta que a empresa já ganhou vários prêmios de práticas sustentáveis e que tem como um dos projetos para o futuro montar um ponto de coleta para funcionários e para o bairro.
Reciclagem