UM PÉ DE CARAMBOLA (Em memória do Tio João Pequeno), por João Maria Ludugero
UM PÉ DE CARAMBOLA (Em memória do Tio João Pequeno), por João Maria Ludugero UM PÉ DE CARAMBOLA (Em memória do Tio João Pequeno), por João Maria Ludugero. Lá no Itapacurá da Várzea De fronte a antiga casa Que animava o menino A luz do sol amar-elo Tocava sua copa rasa; Trazia no verde à salva; Despertava bem-te-vizinhos, Que saíam em revoada Pra mais um alvorecido dia; E o pé, de sombra e ar puro, Fincava-se na lida ensolarada... É verde a doce lembrança Da planta cheia de vida Frondosa e toda florida No tempo da floração, Era quase um pilotão Repleto de soldadinhos; Lá tudo que era passarinho Repousando em segurança, Onde nenhum alarido alcançava, Afora as estripulias daqueles afoitos Meninos todos levados da breca... Era bem um arbusto encantado Com flores em tom violeta Que o voo da borboleta Tornava mais vislumbrado; Já o seu fruto estrelado, Verde-amarelo em canção, Formava a constelação em prosa Em estrelas de carambola; E adocicava à beça A vista e o coração! Mas de fronte a antiga casa Onde se espairecia o menino À beirada do seu destino Hoje o sol o sítio abrasa A vida tem outras asas, As paredes o tempo limou, E a saudade grita sem alerta Feito uma verde-musguenta gaiola Onde um pé de carambola, Ali, nunca mais florou a contento, Depois de aflorada a lida em adeus Do inesquecível tio João Pequeno!
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FONTE:
http://jardim-dos-girassois.blogspot.com.br/2014/01/um-pe-de-carambola-em-memoria-do-tio.html
UM PÉ DE CARAMBOLA (Em memória do Tio João Pequeno), por João Maria Ludugero UM PÉ DE CARAMBOLA (Em memória do Tio João Pequeno), por João Maria Ludugero. Lá no Itapacurá da Várzea De fronte a antiga casa Que animava o menino A luz do sol amar-elo Tocava sua copa rasa; Trazia no verde à salva; Despertava bem-te-vizinhos, Que saíam em revoada Pra mais um alvorecido dia; E o pé, de sombra e ar puro, Fincava-se na lida ensolarada... É verde a doce lembrança Da planta cheia de vida Frondosa e toda florida No tempo da floração, Era quase um pilotão Repleto de soldadinhos; Lá tudo que era passarinho Repousando em segurança, Onde nenhum alarido alcançava, Afora as estripulias daqueles afoitos Meninos todos levados da breca... Era bem um arbusto encantado Com flores em tom violeta Que o voo da borboleta Tornava mais vislumbrado; Já o seu fruto estrelado, Verde-amarelo em canção, Formava a constelação em prosa Em estrelas de carambola; E adocicava à beça A vista e o coração! Mas de fronte a antiga casa Onde se espairecia o menino À beirada do seu destino Hoje o sol o sítio abrasa A vida tem outras asas, As paredes o tempo limou, E a saudade grita sem alerta Feito uma verde-musguenta gaiola Onde um pé de carambola, Ali, nunca mais florou a contento, Depois de aflorada a lida em adeus Do inesquecível tio João Pequeno!
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