ALTERNATIVA
Cinco mil novos jazigos serão entregues até julho no Cemitério do Bom Jardim
Redação Web | 14h50 | 19.04.2014
Prefeitura descarta construção de um novo cemitério
A Prefeitura de Fortaleza promete entregar 5 mil novos jazigos no Cemitério do Bom Jardim até julho deste ano. A construção de um novo cemitério, anunciada pela Prefeitura em maio do ano passado, foi descartada pela falta de uma localidade adequada, segundo a Secretaria Executiva Regional V, em vez disso, a alternativa encontrada foi investir no Cemitério do Bom Jardim.
Para evitar a superlotação que atingiu o cemitério em abril do ano passado, foram criados novos jazigos como solução paliativa. Segundo o secretário Júlio Ramon, a demanda atual está sendo atendida. "Estamos preparando uma licitação para uma nova reforma visando melhorar a estrutura que ainda não é adequada e construir mais jazigos, desta vez na vertical, que não entram em contato com o solo. Assim será possível estarmos seguros por mais 4 ou 5 anos. Com as mudanças, a tendência é que mais pessoas vão para lá, então é preciso ter como atendê-las".
Regulamentação
O secretário destaca que um dos motivos para a superlotação do cemitério é a falta de uma lei específica que regulamente quem pode utilizar o espaço. Para diminuir o fluxo e evitar mais lotações, a Prefeitura decidiu que só serão enterradas no Cemitério pessoas que comprovem moradia em Fortaleza.
"Falta uma lei que assegure qual a renda das pessoas que podem ser enterradas no local, garantindo que apenas quem não pode pagar por um cemitério particular seja encaminhado para um público. Já temos um acordo com as funerárias para que só sejam mandados corpos em que as famílias sejam de baixa renda", enfatiza.
Ramon afirma que uma pessoa não pode deixar de ser atendida, mas sim ser apontada para o local certo. Além disso, o cemitério é obrigado a enterrar indigentes, ou seja, pessoas que não foram identificadas, e partes de corpos.
Em Fortaleza também não existe um órgão que controle todos os cemitérios públicos, fazendo com que cada regional esteja responsabilizada pelo seu. Outro fator preocupante é a falta de licença ambiental, já que os locais são muito antigos.
Pouca reserva
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Ceará (Sefec), Vicente Jales, os cemitérios estão operando com reserva mínima. "As obras que estão sendo feitas têm conseguido atender a demanda, mas sem muito estoque. Se houvesse um aumento de demanda, correria o risco de não ser suficiente", explica.
Jales afirma que o cemitério do Bom Jardim sepulta diariamente de 12 a 15 pessoas e que é o único local efetivamente público de Fortaleza. "Os demais cemitérios se dizem públicos mas só sepultam quem já tem parentes nas covas", conta.
De acordo com o presidente, só são encaminhados para o Bom Jardim as pessoas que não têm nenhuma condição de pagar por um serviço particular. Além disso, após 5 anos do sepultamento, osrestos mortais podem ser exumados, para que haja uma oferta maior de vagas no cemitério. "A família assina um termo e deve entender que o cemitério público tem rotatividade e um dia a cova não estará disponível para visitação pública", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário