BRASIL
População brasileira envelhece mais e tem menos filhos
Segundo especialista, taxa de fecundidade vem diminuindo, assim como o tamanho das famílias e o interesse dos casais em ter filhos
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ontem as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros. De acordo com o levantamento, o Brasil tem hoje 202,7 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento de 0,86% de 2013 para 2014. A Bahia manteve a quarta posição entre os estados mais populosos, enquanto Salvador ocupa a terceira entre os municípios com maior população.
Foto: EBC
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Mesmo com o crescimento, a estimativa mostra que o Brasil vai ter pela frente um grande desafio, uma vez que o país está envelhecendo e é cada vez maior o crescimento da expectativa de vida, que hoje está em 74 anos. Enquanto isso, a taxa de fecundidade vem diminuindo, assim como o tamanho das famílias e o interesse dos casais em ter filhos.
“A gente tem uma população envelhecendo, mas não temos uma reposição na mesma proporção”, é o que explica o coordenador de Disseminação do IBGE, Joilson Rodrigues. Para ele, a população cresce, porém, em velocidade cada vez menor. “Estamos no limite da taxa de reposição populacional que é de dois filhos por mulher”, diz.
Números Baianos
A Bahia segue a mesma tendência do Brasil quanto ao crescimento constante, porém, lento. Parte dos municípios cresceu, segundo Rodrigues, por conta da revisão do limite de municípios. Já as perdas populacionais estão associadas principalmente à constante queda de natalidade na Bahia. “Na década de 1970, a mulher baiana tinha cerca de sete filhos. Em 2010, por exemplo, estes números estavam próximos a apenas dois”.
Salvador pode perder até 2016 a posição de terceiro município mais populoso para Brasília. “É certo que isto aconteça. São estimativas que estão muito próximas”, garante Rodrigues.
País de idosos
O coordenador, a partir destes dados, não vê o futuro como algo animador. “Hoje, temos no Brasil uma população de 11% formada por pessoas acima de 60 anos. Em 2060, este número pode chegar até a 33%. Paralelo a isso, vemos um interesse individual cada vez menor em compor uma família com muitos filhos. A população envelhece, sem ser renovada”. Até a classe social mais popular, que sempre apresentou altos índices de fecundidade, tem formado famílias cada vez menores.
“Nas camadas menos abastadas, temos hoje 22% de mulheres na idade fértil, mas que são estéreis por terem passado por algum processo de ligadura de trompas, por exemplo, ou seguem métodos contraceptivos”, constata.
Por isso, a tendência é que a taxa de fecundidade deixe de contribuir com o crescimento da população. “Isso vai acabar sendo definido nos próximos anos pelo crescimento imigratório”, assegura Rodrigues. “Aí teremos perdas absolutas de população, já que o crescimento se relaciona com o fato de viver cada vez mais e, ao mesmo tempo, acompanhar o nascimento de netos e bisnetos”.
O município de São Paulo continua sendo o mais populoso, com 11,9 milhões de habitantes, seguido por Rio de Janeiro (6,5 milhões), Salvador (2,9 milhões), Brasília (2,8 milhões) e Fortaleza (2,6 milhões). Os 25 municípios mais populosos somam 51 milhões de habitantes, ou 25,2% da população total do Brasil.
FONTE: CORREIO 24 HORAS
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