Apenas em alguns momentos a realidade é capaz de superar a ficção. Normalmente ela só consegue ser mais cruel do que as histórias de fantasia. Difícil saber se é triste ou engraçado os últimos acontecimentos envolvendo a seleção brasileira.
Primeiro, o treinador é parado em uma blitz da Lei Seca sem CNH e ainda se recusa a fazer o teste do bafômetro. A fiscalização existe e muita gente é flagrada. Mas, em um momento como esse, o comandante do selecionado nacional passar por isso é triste, engraçado e irônico ao mesmo tempo. As entrelinhas do fato podem explicar muita coisa.
E o que era mais estranho que a ficção ganha outro contorno quando entra em cena ninguém menos do que a sogra de Kaká. Isso mesmo, a mãe da esposa do jogador brasileiro do Real Madrid que experimentou recentemente a fama inédita... Ao menos no quesito 'sogra de atletas brasileiros'.
Seleção brasileira vive dias de realismo fantástico
Sem papas na língua ela me soltou via Twitter: Mano Menezes se recusa a fazer o teste do bafômetro e tem carro apreendido. Pergunta de todos: será que ele estava sóbrio quando não chamou Kaká? — indagou Rosângela Lyra.
O questionamento da sogra do jogador é direto. E, para o bem ou para o mal, é compartilhado por grande parte dos torcedores. Afinal, Kaká é um dos principais jogadores brasileiros na história recente e vem jogando regularmente no Real Madrid, clube que vem fazendo uma bela temporada (ainda que à sombra do Barcelona) até aqui. Sua convocação seria muito mais justificada do que a de Ronaldinho Gaúcho, que tem acumulado atuações apagadas no Flamengo.
Além disso, o 'projeto' do treinador para Ronaldinho conta com algo que o atleta rubro-negro nunca mostrou ter na carreira: liderança. Mesmo em seu auge físico e técnico no Barcelona, o Gaúcho nunca mostrou ser uma voz de comando dentro de campo. Naquela época, seus pés falavam por ele. Hoje nem isso. Ao contrário de Ronaldinho, Kaká sempre mostrou ter liderança e, com seu histórico de comprometimento, seria sim um belo exemplo para a nova geração de talentos brasileiros.
Encarado como uma simples 'cornetada' da sogra de um jogador que não foi convocado, a opinião de dona Rosângela Lyra pode parecer menos pertinente do que de fato é. E isso, é só mais uma pincelada de realismo fantástico em torno da atual seleção brasileira.
Baixo clero do Corinthians em posição de destaque na CBF
Se a recente polêmica envolvendo Mano Menezes e os aspectos técnicos do time canarinho dão margem a comentários oriundos de fontes inéditas, o o jogo de poder na CBF segue um enredo digno de Gabriel García Márquez. Afinal, só nesta semana o novo presidente da entidade, José Maria Marin se reuniu com cartolas opositores, entregou a Copa América de 2015 para o Chile e , de quebra, ainda garantiu o seu camarada Marco Polo Del Nero (presidente da FPF) no Comitê Executivo da Fifa.
Para completar, o diretor de seleções Andrés Sanchez, decidiu convidar seu parceiro André Luiz de Oliveira para ser o chefe da delegação brasileira Sub-20 na Copa Internacional do Mediterrâneo, em abril, na Europa.
André Luiz (conhecido como André Negão) foi um dos mais influentes diretores da gestão Andrés Sanchez. O novo chefe da delegação Sub-20 da seleção brasileira admite notoriamente que tem um passado conturbado com envolvimento em jogo do bicho e venda ilegal de ingressos nas porta dos estádios paulistanos.
André Negão esteve à frente das categorias de base do clube por cerca de 17 anos em uma gestão muito questionada por todos. Depois, ficou mais quatro anos como diretor administrativo na gestão de Andrés. Sem dúvida, um grande personagem. De cambista para chefe de delegação. Você imaginaria isso, Gabriel García Márquez?