O Diário Gaúcho consultou um especialista para descobrir a melhor forma de manter o bom estado das piscinas plásticas, que são a salvação de muitas pessoas neste período de calorão
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Heloísa montou a estrutura na ruaFoto: Félix Zucco / Agencia RBS |
Quando bate o calor de verão, o melhor refresco é um mergulho. Quem não pode ir até a praia ou curtir uma cachoeira, nem tem espaço ou verba para construir piscina em casa, tem nas piscinas de plástico uma excelente opção.
Entretanto, depois de montar o brinquedo – que pode ter armação de ferro ou ser inflável – nem sempre os responsáveis fazem a manutenção adequada da água. Ou pior, acabam fazendo a troca de todo o líquido com frequência, o que gera desperdício e um belo acréscimo na conta da água.
Economia
O que os donos das piscinas desmontáveis podem não saber é que eles precisam de tanto cuidado quanto piscinas fixas. E assim como as irmãs maiores, podem conservar a água por um bom tempo. Pensando nisso, o Diário Gaúcho procurou quem entende do assunto para dar as melhores dicas quando o assunto é cuidar do seu cantinho do mergulho.
Especialista no manejo de produtos para cuidados com piscinas, Fábio Forlenza faz um importante alerta na hora de cuidar da piscina de plástico que as famílias montam em casa.
— Uma água que não passa por manutenção pode ficar imprópria para o banho depois de dois dias. Se fizer a correta manutenção da água, o usuário vai conseguir gastar bem menos com produtos para a piscina do que a conta de água depois
— alerta o especialista da hth, fabricante de produtos para limpeza e manutenção da água de piscinas.
Em conversa por telefone, o especialista de São Paulo esclareceu dúvidas comuns a quem gosta de montar a própria piscina. Desde o tamanho ideal até o custo médio dos produtos (confira todas as dicas no quadro ao lado).
Higiene e proteção como manda o figurino
Quando o Natal chegou, as netas da cuidadora Heloísa Helena de Freitas Borba, 51 anos, já tinham o pedido na ponta da língua: uma piscina. Moradores da Rua Alcindo Guanabara, no bairro Partenon, na Capital, a família estava há tempos sem piscina pela falta de espaço em casa. Porém, a rua onde vivem foi repavimentada e a as residências de vários membros ficam no final da via, que é sem saída. Aliado a isso, o movimento tranquilo do local levou a turma a optar por um local inusitado para montar a estrutura de 2 mil litros: a própria rua.
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Heloísa usa cloro para manter a água balneávelFoto: Félix Zucco / Agencia RBS |
A piscina foi montada no Natal e segue assim. Conforme Heloísa, além dela e do marido, o vigilante aposentado Paulo Ricardo da Silva Borba, 56 anos, vivem na rua suas irmãs, duas filhas e as duas netas, principais usuárias da piscina.
— As duas pequenas que aproveitam bastante o presente de Natal — conta Heloísa.
Questionado sobre os cuidados com a estrutura, a avó conta que a família costuma colocar cloro para manter a água balneável por mais tempo. Além disso, uma lona é mantida cobrindo a piscina para evitar que sujeiras maiores se acumulem. Mesmo assim, a família tem costume de trocar a água por completo toda semana:
— Mas não desperdiçamos, usamos para lavar o pátio e molhar umas plantas.
Anote as dicas
/// Qual o tamanho ideal da piscina? Depende do número de usuários. Se tiver uma criança apenas, entre mil e 2 mil litros é bom. Se forem mais de duas, pelo menos, 4 mil litros. E para a família completa, acima de 5 mil litros.
/// Como tratar a água? Para aquelas com capacidade de até cinco mil litros e com utilização de até quatro pessoas, apenas cloro é o suficiente.
/// Como aplicar o produto? Use cloro granulado, que pode ser comprado em unidades de 1kg, custando, no máximo, R$ 30. A dosagem é pequena, então, o produto dura bastante. Deve ser aplicada uma tampinha de garrafa pet (ou 6g) para cada mil litros, dia sim, dia não.
/// E em piscinas maiores e com mais gente? Se tem mais de quatro pessoas ou mais de cinco mil litros, pode ser aplicado um algicida, produto que evita que a água fique esverdeada. Ele é aplicado uma vez por semana, colocando de 10 ml a 20 ml, dependendo do tamanho da piscina. O produto pode ser encontrado em embalagem de um litro , por menos de R$ 20.
/// O que fazer quando acumula sujeira na água? Pode ser usado um clarificante, produto que decanta a sujeira – faz ela ficar no fundo. Depois, a pessoa pode aspirar o fundo. Em piscinas pequenas, é possível fazer um processo manual: gire uma vassoura no centro da água, como se estivesse fazendo um redemoinho. A sujeira se concentrará ali. Depois, com uma mangueira de jardim, é possível aspirar a água colocando uma ponta na piscina e puxando a água pela outra.
/// Toda piscina precisa de filtro? Não. Para as menores, basta usar o cloro e fazer a aspiração artesanal. Acima dos 5 mil litros, é interessante ter um filtro externo.
/// Quando a água deve ser trocada? Se não for feito nenhum tratamento, a cada três dias, no máximo. Mas, para quem usa, pelo menos, o cloro, não é necessário. A água tem uma evaporação natural, além do volume eliminado cada vez que alguém sai ou do que é jogado para fora durante o banho. Com isso, o nível baixa e é preciso completar novamente. Assim, a água já vai sendo trocada aos poucos. O mais importante é manter o tratamento correto.
/// Faz diferença tampar a piscina? Ajuda, principalmente, quando ela está instalada próximo de lugares com vegetação. Isso vai impedir a queda direta de folhas, insetos etc. Depois de tirar a proteção, o que restar pode ser recolhido com uma peneira.
*Fonte: Fábio Forlenza, especialista da hth e membro da NSF International, organização americana de teste, inspeção e certificação de produtos, como os utilizados em piscinas.