PARA VIVER
´Juiz´ de futebol vende imóveis durante a semana
Em virtude da falta de regulamentação, árbitros são "obrigados" a procurar por outra fonte de renda
Das 8h às 15h, Alexandre veste a camisa social e começa a vender apartamentos. Quando termina de atender seus últimos clientes vai para casa, põe a blusa regata e se dirige para o Colégio Militar para treinar FOTO: KID JÚNIOR
No Brasil, ser árbitro de futebol não é fácil. Além de constantemente serem culpados pelos resultados da partidas e, consequentemente, xingados pelos torcedores mais fanáticos, os nossos ´juízes´ ainda sofrem com a falta de regulamentação da profissão no País, o que os obriga a procurar outra fonte de renda para se sustentar. São poucos, talvez somente aqueles de fama internacional, que conseguem viver apenas do apito.
O cearense Alexandre Paiva, de 33 anos, se encaixa na maioria. Ele começou a atuar como árbitro de futebol em 1999, em jogos de campeonatos amadores. Na época, também trabalhava como motorista.
Em 2007, passou a apitar jogos profissionais no Ceará, após entrar para o quadro de árbitros da Federação Cearense de Futebol (FCF). Dessa vez, seu outro trabalho era como supervisor de obras em uma empresa de construção civil.
Já em 2010, passou a atuar como corretor de imóveis para uma imobiliária, após fazer um curso na área. No entanto, um ano depois, deixou o posto para ser um corretor autônomo.
"Trabalhar numa empresa atrapalhava bastante a minha carreira de árbitro. Eu não tinha tempo para treinar, havia muito conflito de horários. Daí eu preferi ficar livre para poder conciliar as duas coisas", lembra.
Atualmente, Alexandre treina diariamente para recuperar sua forma física, que ficou comprometida após um acidente de trânsito. "Minha expectativa é voltar a apitar em maio". Apesar de lesões em várias partes do seu corpo, foi o seu bolso o que mais sentiu pelo período parado. "Quando apito regularmente, consigo ganhar, em três ou quatro jogos, em torno de R$ 3 mil por mês", afirma. Como corretor, ele confessa que sua renda pode chegar a R$ 6 mil mensais, mas há épocas em que "não dá para nada". "Porém, a média de 2012, foi de R$ 3,4 mil por mês".
Rotina
Atualmente, sua rotina é assim: a partir das 8 horas, veste a camisa social e começa a vender apartamentos, até umas 15 horas, quando termina de atender seus últimos clientes; em seguida, vai para casa, põe a blusa regata e se dirige para o Colégio Militar de Fortaleza, onde treina das 17h até as 18h.
Sonho
Por não possuir mais idade para ser integrado ao quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol, Alexandre tem um sonho para quando voltar aos gramados: apitar uma partida entre Ceará e Fortaleza, o chamado "Clássico-Rei". "É a Copa do Mundo do nosso futebol", classifica. Enquanto Alexandre faz seus planos, a categoria de árbitros luta para ser regulamentada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. Em maio do ano passado, a proposta de regulamentação chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados, mas, em dezembro último, foi reprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no Senado Federal.
Das 8h às 15h, Alexandre veste a camisa social e começa a vender apartamentos. Quando termina de atender seus últimos clientes vai para casa, põe a blusa regata e se dirige para o Colégio Militar para treinar FOTO: KID JÚNIOR
No Brasil, ser árbitro de futebol não é fácil. Além de constantemente serem culpados pelos resultados da partidas e, consequentemente, xingados pelos torcedores mais fanáticos, os nossos ´juízes´ ainda sofrem com a falta de regulamentação da profissão no País, o que os obriga a procurar outra fonte de renda para se sustentar. São poucos, talvez somente aqueles de fama internacional, que conseguem viver apenas do apito.
O cearense Alexandre Paiva, de 33 anos, se encaixa na maioria. Ele começou a atuar como árbitro de futebol em 1999, em jogos de campeonatos amadores. Na época, também trabalhava como motorista.
Em 2007, passou a apitar jogos profissionais no Ceará, após entrar para o quadro de árbitros da Federação Cearense de Futebol (FCF). Dessa vez, seu outro trabalho era como supervisor de obras em uma empresa de construção civil.
Já em 2010, passou a atuar como corretor de imóveis para uma imobiliária, após fazer um curso na área. No entanto, um ano depois, deixou o posto para ser um corretor autônomo.
"Trabalhar numa empresa atrapalhava bastante a minha carreira de árbitro. Eu não tinha tempo para treinar, havia muito conflito de horários. Daí eu preferi ficar livre para poder conciliar as duas coisas", lembra.
Atualmente, Alexandre treina diariamente para recuperar sua forma física, que ficou comprometida após um acidente de trânsito. "Minha expectativa é voltar a apitar em maio". Apesar de lesões em várias partes do seu corpo, foi o seu bolso o que mais sentiu pelo período parado. "Quando apito regularmente, consigo ganhar, em três ou quatro jogos, em torno de R$ 3 mil por mês", afirma. Como corretor, ele confessa que sua renda pode chegar a R$ 6 mil mensais, mas há épocas em que "não dá para nada". "Porém, a média de 2012, foi de R$ 3,4 mil por mês".
Rotina
Atualmente, sua rotina é assim: a partir das 8 horas, veste a camisa social e começa a vender apartamentos, até umas 15 horas, quando termina de atender seus últimos clientes; em seguida, vai para casa, põe a blusa regata e se dirige para o Colégio Militar de Fortaleza, onde treina das 17h até as 18h.
Sonho
Por não possuir mais idade para ser integrado ao quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol, Alexandre tem um sonho para quando voltar aos gramados: apitar uma partida entre Ceará e Fortaleza, o chamado "Clássico-Rei". "É a Copa do Mundo do nosso futebol", classifica. Enquanto Alexandre faz seus planos, a categoria de árbitros luta para ser regulamentada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. Em maio do ano passado, a proposta de regulamentação chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados, mas, em dezembro último, foi reprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no Senado Federal.
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1235792
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