Envolta em polêmicas e críticas, a trama conseguiu recuperar a audiência do horário, perdida por sua antecessora, “Salve Jorge”
Autor comemora sucesso da novela
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Após escrever uma trama de 221 capítulos com mais de 90 personagens, o autor Walcyr Carrasco chega satisfeito ao final de sua 12ª novela, “Amor à Vida” (Globo), cujo último capítulo vai ao ar na próxima sexta-feira.
Envolta em polêmicas e críticas, a trama conseguiu recuperar a audiência do horário, perdida por sua antecessora, “Salve Jorge” (Globo, 2012-2013), e chega à sua última semana com expectativas quanto ao destino da vilã Aline (Vanessa Giácomo) e do casal formado pelo ex-vilão Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), que ganhou o carinho do público.
“A palavra do final da trama é ternura. Fiquei muito satisfeito com o desfecho, que será algo que nunca houve em uma novela”, diz Carrasco. Ele não revela, no entanto, se acontecerá o tão aguardado beijo gay.
Dos muitos temas tratados na trama, o autor destaca que a homossexualidade teve maior repercussão. “Tenho encontrado pessoas que dizem que os pais evangélicos, que antes não suportavam a ideia, hoje já conversam sobre o assunto. Acho que ajudei a criar uma ponte para falarem sobre isso.”
Félix, papel que consagrou Mateus Solano, iniciou a trama como o grande vilão e passou por uma enorme mudança. “Em minhas novelas, os personagens sempre encaram essa redenção, e isso estava programado para o Félix. Acredito que uma pessoa é capaz de se transformar”, diz o autor.
“No começo, o Mateus ficou em dúvida se faria o Félix, e prometi que seria algo único na vida dele. Cumpri a promessa. E não foi nenhuma surpresa o talento dele para o papel”, dispara.
Para Carrasco, a surpresa de “Amor à Vida” é Tatá Werneck, na pele da periguete Valdirene. Segundo ele, Ingrid Guimarães estava escalada para o papel, mas já tinha compromisso com outra produção. “O teste da Tatá foi o único pelo qual me apaixonei de cara. Ela recebeu uma boa proposta para continuar na MTV, mas preferiu arriscar uma novela e escolheu o melhor caminho. Tatá fez uma Valdirene maravilhosa”, elogia o autor.
Ambos os personagens que marcaram “Amor à Vida” - tanto Félix quanto Valdirene - têm trejeitos e bordões bastante específicos. “É o apocalipse!” e “Sou inteligência pura” caíram no gosto do público.
“O autor tem que ter uma espécie de antena para criar esse jeito dos personagens. Deve vir de vivências, de coisas observadas por aí. Tinha dia que era difícil encontrar uma piada bíblica para o Félix, mas sempre vinha uma ideia”, comenta.
Outro núcleo que surpreendeu o novelista foi o do triângulo formado por Niko, Eron (Marcello Antony) e Amarilys (Danielle Winits). Ao longo da trama, o público passou a odiar a médica, que havia se oferecido como barriga solidária para o casal gay. “Eu não sabia o que ia acontecer com esse triângulo. Mas, aos poucos, o público foi torcendo pelo rapaz homossexual, que queria ter um filho, e odiando a Amarilys, que se tornou uma vilã”, fala o autor. “Sempre imaginei a Danielle para o papel, e ela foi impecável do início ao fim”, complementa.
Outras tramas
As idas e vindas do casal protagonista, Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador), incomodavam o público. Segundo o novelista, que avaliou o impacto dos personagens pelas redes sociais, o casal não deveria ficar separado por muito tempo. “As pessoas ficavam nervosas quando eles não estavam juntos. Portanto, tive que juntá-los antes mesmo do final. O telespectador gostava de acompanhar o cotidiano dos dois.”
Algumas histórias paralelas também cercaram “Amor à Vida” de polêmicas. Como no caso da enfermeira Perséfone (Fabiana Karla), que foi humilhada na trama por ser gorda e virgem. “As pessoas adoravam as cenas dela como virgem, mas quando ela se casou e começou a sofrer pelo excesso de peso, o público se viu refletido e não gostou. O preconceito com o gordo ainda é forte no Brasil”, diz Carrasco.
Categorias profissionais também apontaram suas indignações contra a novela, cujo cenário principal é um hospital. A intoxicação que causou a cegueira de César (Antonio Fagundes) foi alvo de críticas. Segundo o autor, a explicação dessa trama faz parte dos momentos finais da novela.
“A pesquisa sobre esse tipo de intoxicação existe e é comprovada. Com ingredientes comprados em supermercado é possível fazer uma pessoa ficar cega, mas isso não será revelado. Eu sei exatamente o que a Aline [Vanessa Giácomo] está usando”, comenta o autor, referindo-se à personagem que deve protagonizar cenas importantes na última semana da novela. Após ferir Ninho (Juliano Cazarré), a ex-secretária será presa antes de conseguir fugir para a Bélgica.
Envolta em polêmicas e críticas, a trama conseguiu recuperar a audiência do horário, perdida por sua antecessora, “Salve Jorge” (Globo, 2012-2013), e chega à sua última semana com expectativas quanto ao destino da vilã Aline (Vanessa Giácomo) e do casal formado pelo ex-vilão Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), que ganhou o carinho do público.
“A palavra do final da trama é ternura. Fiquei muito satisfeito com o desfecho, que será algo que nunca houve em uma novela”, diz Carrasco. Ele não revela, no entanto, se acontecerá o tão aguardado beijo gay.
Dos muitos temas tratados na trama, o autor destaca que a homossexualidade teve maior repercussão. “Tenho encontrado pessoas que dizem que os pais evangélicos, que antes não suportavam a ideia, hoje já conversam sobre o assunto. Acho que ajudei a criar uma ponte para falarem sobre isso.”
Félix, papel que consagrou Mateus Solano, iniciou a trama como o grande vilão e passou por uma enorme mudança. “Em minhas novelas, os personagens sempre encaram essa redenção, e isso estava programado para o Félix. Acredito que uma pessoa é capaz de se transformar”, diz o autor.
“No começo, o Mateus ficou em dúvida se faria o Félix, e prometi que seria algo único na vida dele. Cumpri a promessa. E não foi nenhuma surpresa o talento dele para o papel”, dispara.
Para Carrasco, a surpresa de “Amor à Vida” é Tatá Werneck, na pele da periguete Valdirene. Segundo ele, Ingrid Guimarães estava escalada para o papel, mas já tinha compromisso com outra produção. “O teste da Tatá foi o único pelo qual me apaixonei de cara. Ela recebeu uma boa proposta para continuar na MTV, mas preferiu arriscar uma novela e escolheu o melhor caminho. Tatá fez uma Valdirene maravilhosa”, elogia o autor.
Ambos os personagens que marcaram “Amor à Vida” - tanto Félix quanto Valdirene - têm trejeitos e bordões bastante específicos. “É o apocalipse!” e “Sou inteligência pura” caíram no gosto do público.
“O autor tem que ter uma espécie de antena para criar esse jeito dos personagens. Deve vir de vivências, de coisas observadas por aí. Tinha dia que era difícil encontrar uma piada bíblica para o Félix, mas sempre vinha uma ideia”, comenta.
Outro núcleo que surpreendeu o novelista foi o do triângulo formado por Niko, Eron (Marcello Antony) e Amarilys (Danielle Winits). Ao longo da trama, o público passou a odiar a médica, que havia se oferecido como barriga solidária para o casal gay. “Eu não sabia o que ia acontecer com esse triângulo. Mas, aos poucos, o público foi torcendo pelo rapaz homossexual, que queria ter um filho, e odiando a Amarilys, que se tornou uma vilã”, fala o autor. “Sempre imaginei a Danielle para o papel, e ela foi impecável do início ao fim”, complementa.
Outras tramas
As idas e vindas do casal protagonista, Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador), incomodavam o público. Segundo o novelista, que avaliou o impacto dos personagens pelas redes sociais, o casal não deveria ficar separado por muito tempo. “As pessoas ficavam nervosas quando eles não estavam juntos. Portanto, tive que juntá-los antes mesmo do final. O telespectador gostava de acompanhar o cotidiano dos dois.”
Algumas histórias paralelas também cercaram “Amor à Vida” de polêmicas. Como no caso da enfermeira Perséfone (Fabiana Karla), que foi humilhada na trama por ser gorda e virgem. “As pessoas adoravam as cenas dela como virgem, mas quando ela se casou e começou a sofrer pelo excesso de peso, o público se viu refletido e não gostou. O preconceito com o gordo ainda é forte no Brasil”, diz Carrasco.
Categorias profissionais também apontaram suas indignações contra a novela, cujo cenário principal é um hospital. A intoxicação que causou a cegueira de César (Antonio Fagundes) foi alvo de críticas. Segundo o autor, a explicação dessa trama faz parte dos momentos finais da novela.
“A pesquisa sobre esse tipo de intoxicação existe e é comprovada. Com ingredientes comprados em supermercado é possível fazer uma pessoa ficar cega, mas isso não será revelado. Eu sei exatamente o que a Aline [Vanessa Giácomo] está usando”, comenta o autor, referindo-se à personagem que deve protagonizar cenas importantes na última semana da novela. Após ferir Ninho (Juliano Cazarré), a ex-secretária será presa antes de conseguir fugir para a Bélgica.
Félix, papel que consagrou Mateus Solano, iniciou a trama como o grande vilão e passou por mudança
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Segundo o autor, a única trama de “Amor à Vida” que não foi contada conforme seu desejo é a de Nicole (Marina Ruy Barbosa) e Thales (Ricardo Tozzi). A ideia inicial do autor era que, após o casamento, a menina rica descobrisse o caso do marido com Leila (Fernanda Machado) e, com isso, decidisse ir para o exterior tratar o câncer. “Thales ficaria sabendo que ela morreu e, um tempo depois, ela voltaria curada e casada com o Rogério [Daniel Rocha]. Atores muito talentosos perderam espaço pela mudança da trama”, afirma o novelista.
Responsável por sucessos como “O Cravo e a Rosa” (2000-2001) e “Caras & Bocas” (2009-2010), que chegaram a ir ao ar juntas no “Vale a Pena Ver de Novo”, da Globo, Carrasco comemora o fato de, por uma semana, ter visto três de suas obras sendo exibidas ao mesmo tempo. “Esse fato mostra que eu estou indo bem no que faço, mas não me prendo a isso. Luto para fazer o melhor possível. Ao mesmo tempo em que eu tinha duas das minhas novelas de sucesso no ar, havia gente falando mal da atual”, lembra.
Com o costume de assistir ao capítulo de sua novela quando ela vai ao ar e de escrever madrugada adentro, Carrasco pôde experimentar em “Amor à Vida” uma participação maior do público.“As pessoas também se acham autoras da novela, mas, se escrevemos como o telespectador quer, ele para de assistir. Se quem vê a trama odeia o personagem, é porque está preso à novela”, diz. “Um autor de novelas tem que ter sensibilidade e conseguir surpreender o público”, encerra.
Responsável por sucessos como “O Cravo e a Rosa” (2000-2001) e “Caras & Bocas” (2009-2010), que chegaram a ir ao ar juntas no “Vale a Pena Ver de Novo”, da Globo, Carrasco comemora o fato de, por uma semana, ter visto três de suas obras sendo exibidas ao mesmo tempo. “Esse fato mostra que eu estou indo bem no que faço, mas não me prendo a isso. Luto para fazer o melhor possível. Ao mesmo tempo em que eu tinha duas das minhas novelas de sucesso no ar, havia gente falando mal da atual”, lembra.
Com o costume de assistir ao capítulo de sua novela quando ela vai ao ar e de escrever madrugada adentro, Carrasco pôde experimentar em “Amor à Vida” uma participação maior do público.“As pessoas também se acham autoras da novela, mas, se escrevemos como o telespectador quer, ele para de assistir. Se quem vê a trama odeia o personagem, é porque está preso à novela”, diz. “Um autor de novelas tem que ter sensibilidade e conseguir surpreender o público”, encerra.
FONTE: CORREIO 24 HORAS
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