Léo Malafaia/Folha de Pernambuco/Folhapress |
O garoto se chama Éverton, tem 13 anos e é filho de Ivaneide Maria de Oliveira. Dona de uma barraca há dois anos, ela conta que lucrou apenas R$ 27 no último fim de semana.
"Com essa história do óleo, não deu nada. Normalmente, o lucro seria de R$ 700 ou R$ 900. E foi por causa da queda mesmo. A gente também ganha no peixe e nos crustáceos, e não está podendo comer", diz Ivaneide.
Ela conta que todos os comerciantes da região se uniram aos trabalhos de limpeza e lembra o momento em que encontrou a praia tomada pelo óleo que já atingiu 250 localidades da costa nordestina. "Foi na segunda-feira. A gente foi para abrir e, chegando lá, já estava essa correria. Tinha gente, voluntários e donos de barraca tentando limpar suas áreas. Estavam com a mão na massa", afirma.
Segundo Ivaneide, o próprio filho Éverton, cuja foto em que aparece coberto de óleo virou um símbolo da tragédia no Nordeste, se dispôs a ajudar.
"Chegando lá, ele perguntou: 'Mãe, posso ajudar?'. Eu não queria que ele se melasse todo e ficasse exposto ao óleo, mas sabe como é criança. Aí ele disse: 'Mãe, eu vou ajudar. É por uma boa causa. A senhora trabalha aqui, a gente precisa disso'."
Sobre a foto, Ivaneide comenta que não esperava que a imagem fosse percorrer ao Brasil e que ficou chocada ao vê-la na internet. "Que foto mais feia. Quando eu vi ele daquele jeito, eu dei uma bronca."
O menino, que ajuda a mãe na barraca mantida pela família, afirma que tirou o equipamento de segurança no momento em que foi registrada a imagem. "Estava entrando areia na minha luva e na minha bota. [O saco plástico] me deram lá para ajudar a encher e eu estava sem camisa", pontua.
Questionado sobre se sentiu vergonha ao ver a foto correndo o mundo, Éverton disse que "mais ou menos" e que a foto ficou "muito feia".
POR METROJORNAL
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