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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Acusado de detonar rojão diz à mãe que tudo não passou de acidente

Marilene Mendonça afirmou que nenhum político ou advogado ofereceu assistência à família
12/02/2014 - 08:06
Acusado de detonar rojão diz à mãe que tudo foi um acidente
Acusado de detonar rojão diz à mãe que tudo foi um acidente
Foto: Agência O Globo / Marcelo Carnaval
O telefonema não durou mais do que três minutos, mas foi suficiente para Caio Silva de Souza, de 22 anos, contar à mãe, Marilene Mendonça, de 49 anos, que a morte do cinegrafista Santiago Andrade durante a manifestação da última quinta-feira não passou de um acidente. Em sua casa no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, Marilene contou ao Globo que ele confessou ter segurado o rojão que atingiu a vítima — mas que negou ter feito o lançamento do artefato. Desesperada, a mãe, que disse ter reconhecido o filho nas imagens de TV, contou que não foi procurada por nenhum político e que o filho só não se entregou à polícia porque nenhum advogado ofereceu ajuda jurídica à família.

— Ele me disse: “Mãe, foi um acidente. A gente só usa a bomba para fazer barulho e assustar a polícia. Nunca tive a intenção de jogar em ninguém”. Meu filho sempre me avisa quando vai nas passeatas, porque quer ajudar a baixar o preço das passagens de ônibus. Ele usa ônibus para ir ao trabalho. Como a passagem diminuiu da outra vez, ele se achou um herói junto com os outros. Ele se sente o defensor dos pobres. Eu pedia para ele não ir, mas ele não me ouvia — contou Marilene, lembrando que o filho estava chorando.
Há cerca de um ano, Caio, que é filho único de pais separados, deixou de viver com Marilene, que mora de favor numa casa humilde de parentes em Nilópolis. Segundo a mãe, ele dormia com ela no sofá da sala. Marilene conta que não pode trabalhar, pois cuida do pai que é esquizofrênico. Com a aposentadoria do pai, ela passou a ajudar o filho pagando o aluguel de R$ 450 de um quitinete próximo à estação de trens de Olinda, para que ele usasse só uma condução para chegar ao trabalho. O acusado estudou até a oitava série em colégios públicos da região. Atualmente ele trabalha como auxiliar de serviços gerais de uma empresa terceirizada que presta serviços no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande.
Segundo Marilene, o filho lhe contava que os encontros eram marcados pela Internet e, como ele não tem computador, Caio utiliza o próprio celular para acessar o Facebook para confirmar sua presença nas manifestações.
— Não tem movimento político por trás do meu filho. Se tivesse alguém apoiando ele, não estaríamos precisando de um advogado para defendê-lo. Ele foi a todas passeatas, por causa do aumento das passagens de ônibus. Caio me conta que esconde o rosto por causa da polícia e para não reconhecerem ele no serviço. Agora nem sei como vai ficar, pois ele trabalhava como temporário. Acho que eles (empregadores) não vão ficar mais com ele lá. Ele ganha um salário mínimo, mas faz falta — lamentou Marilene.
Como tem problemas neurológicos, a mãe de Caio não vê televisão ou ouve rádio, para não ficar deprimida. Foi quando a polícia chegou onde mora, na tarde da última segunda-feira, que ela se deu conta que o filho estava em apuros. Ela conta que os primeiros a chegarem foram os agentes federais, seguidos de PMs e policiais civis.
— Eu não estava em casa, mas a minha família chegou a dizer que eles chegaram apontando armas para todo mundo achando que meu filho ainda morava aqui. Cheguei a ligar para o telefone de um policial federal para pedir que o levassem à delegacia, desde que arrumassem um advogado de graça para o meu filho, pois não tenho como pagar, mas ele não atendeu o telefone — contou Marilene, cuja casa é cheia de papéis colados na parede para o pai não se esquecer das tarefas diárias.
Quando perguntada se o filho é um black bloc, Marilene diz que não sabe direito, mas que “ele anda com eles” nos protestos. Ela sai em defesa do grupo:
— Ele me disse que este tal de Black Bloc sempre vai na linha de frente para proteger os manifestantes da polícia. Acabou o protesto, cada um vai para a sua casa. O que a polícia tem que fazer é chamar os outros dois que aparecem nas imagens. Meu filho não estava lá sozinho. Ele me disse que ficou desorientado e que havia muita fumaça — concluiu Marilene, ressaltando que o filho é uma pessoa tranquila.
Ele é considerado foragido, já que na noite desta segunda-feira teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Caio tem duas passagens pela polícia, como envolvido em ocorrências de tráfico de drogas: uma na 53ª DP (Mesquita) e outra na 56ª DP (Comendador Soares), mas não tem anotações criminais. Ambos os procedimentos são de 2010. Segundo a assessoria da Polícia Civil, ele estava próximo ao local onde foram encontradas drogas. Depois de prestar depoimento, ele foi liberado.
FONTE: OGlobo


FONTE: MEIO NORTE

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