Franciscanos do asfalto, eles respondem com o barulho dos motores às graças do santo de devoção. Pelo 25º ano seguido, milhares de fiéis vão se reunir no próximo domingo (18), na avenida Mister Hull, em Fortaleza, para a saída da motorromaria de Canindé, município a 120 quilômetros da Capital.
A peregrinação que começou com a promessa de um fiel espera para este ano entre 50 e 60 mil devotos em duas rodas. É tanta gente indo de Fortaleza a Canindé no domingo de manhã que a Polícia Rodoviária Federal vai realizar operação sentido único das 9h às 11h na BR-020. A recomendação da PRF para quem vem na BR em direção a Fortaleza é evitar o trecho.
“Uma romaria com 50 mil motos não tem condição de não acontecer nenhum incidente”, alerta Edson. Segundo ele, as ambulâncias vão ficar divididas ao longo do percurso, e os ônibus vão levar familiares dos participantes e motos, em caso de batidas.
Vencido o trajeto até Canindé, os participantes serão recebidos na cidade na praça dos Romeiros. Haverá bênção de motos e capacetes, seguida de festa com sorteio de moto e brindes em um clube.
Maia lembra que o evento também tem cunho solidário. Segundo ele, parte do dinheiro recolhido com a venda de camisas para a motorromaria será revertida para a Casa do Deficiente de Canindé.
Também serão distribuídas cestas básicas, na semana seguinte à romaria, para uma comunidade pobre de Canindé a ser escolhida pela Prefeitura. Em edições anteriores da romaria, o caminhão com donativos chegou a ser saqueado pela população.
O costume de ir até Canindé por graças e agradecimentos a São Francisco começou após acidente de moto de Edson Maia. “Ele estava guiando uma moto pequena e teve uma queda perto do Mucuripe, com óleo na pista. Ele fez a promessa de que, se ficasse bom, iria de moto todos os anos a Canindé”, conta a esposa Altaíres Maia.
Ela diz que o evento se tornou tão grande que o marido já pensou em desistir da organização. “Os colegas sempre dizem: ‘Se você não for, a gente faz’”, diverte-se Altaíres.
O presidente da Associação dos Motociclistas do Ceará (AMO) e idealizador da motorromaria, Edson Maia, explica que seis ambulâncias, três carros, um ônibus e um helicóptero darão apoio ao evento. Outra medida de segurança será a redução da velocidade média de 60 para 50 km/h.
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