MOBILIDADE

Wi-Fi é preferência nacional para conexão

15.10.2012

Pesquisa realizada pela Cisco mostra gosto do brasileiro pela tecnologia de acesso sem fio por rede local

Para 71% dos usuários de banda larga no Brasil, o acesso à internet via Wi-Fi tem uma velocidade melhor do que a de outras redes, como a 3G Foto: Melquíades Júnior
O bom e velho Wi-Fi é a conexão móvel à internet preferida dos usuários de banda larga brasileiros, segundo aponta um estudo realizado pela empresa Cisco. A tecnologia de acesso à internet via rede local sem fio é preferida até mesmo pelos usuários de smartphones, que contam com a conexão móvel (2G e 3G) oferecida pela operadora de telefonia celular. O acesso via Wi-Fi é utilizado por 80% dos usuários que se conectam à internet por smartphones.

Comparando as duas modalidades de acesso, para 71% dos consumidores pesquisados no Brasil, o Wi-Fi oferece uma melhor velocidade de conexão. Já o menor custo e a melhor performance são apontados como vantagens do Wi-Fi por 61% dos consumidores. Para 53%, o Wi-Fi é também mais confiável e mais fácil de usar.

Com essa preferência tão significativa do consumidor no cenário da mobilidade no Brasil, a oferta de acesso gratuito a uma rede de hotspots (pontos com cobertura de sinal) Wi-Fi é um recurso importante para os provedores de internet manterem seus clientes. Para 83% dos entrevistados, é extremamente ou muito importante que a operadora de banda larga ofereça tal serviço, sendo que 69% consideram que "muito provavelmente" mudariam de provedor para ter acesso Wi-Fi gratuito.

Mais da metade (52%) dos entrevistados gostaria de ter acesso Wi-Fi em qualquer lugar. Há grande interesse pela disponibilidade do Wi-Fi em espaços públicos abertos, como praças e parques - apontados por 37% dos pesquisados - e ruas e rodovias - uma demanda de 33% dos entrevistados. Quarenta e cinco por cento dos consumidores aceitariam, inclusive, receber publicidade em seus dispositivos móveis em troca de acesso livre à rede Wi-Fi. Apenas 7% não aceitariam isso de forma alguma.

Nova mobilidade
A pesquisa revela que poucos brasileiros pagam por acesso Wi-Fi público. Esse tipo de despesa é raro entre os usuários e, quando ocorre, é mais em hoteis (10%) e em outros estabelecimentos durante viagens (9%), como os aeroportos. O estudo detectou que os usuários gostariam de experimentar novos serviços baseados em Wi-Fi que melhorem a experiência de varejo, ofereçam roaming nacional e internacional entre redes Wi-Fi e acesso seguro a conteúdo remoto.

Os resultados da pesquisa indicam que podemos estar próximos do que a empresa chama de uma "Nova Mobilidade", em que Wi-Fi e redes móveis estarão perfeitamente integradas e indistinguíveis para o usuário de dados móveis. Pelo estudo, 82% dos consumidores estão interessados em uma proposta de serviço que permita a conexão de dados transparente, com volume de tráfego ilimitado, via redes de acesso móvel celular e Wi-Fi integradas e com grande cobertura, por uma taxa fixa mensal.

O estudo "O que os consumidores querem do Wi-Fi" , realizado com 650 usuários de serviços de banda larga a partir de 18 anos de idade, no mês de maio, traçou o comportamento, necessidades e nível de interesse dos usuários, assim como as oportunidades para as operadoras neste mercado.

Para o diretor de estratégia para Operadoras do grupo Cisco IBSG no Brasil, Luiz Lima, a pesquisa confirma a relevância estratégica que o Wi-Fi pode ter para as operadoras. "O Wi-Fi representa uma grande oportunidade para provedores de banda larga fixa fidelizarem seus clientes e ganharem receitas adicionais. Para operadoras móveis, além do diferencial competitivo, o Wi-Fi se apresenta como uma excelente alternativa para o escoamento de uma parcela do crescente tráfego de dados, o chamado Wi-Fi offload", destaca Lima.

Desafogando o 3G
Não é à toa que as operadoras têm investido na oferta de pontos de acesso Wi-Fi para seus clientes em pontos de grande movimentação, como aeroportos. A rede local sem fio ajuda a manter a rede 3G sem congestionamento. Um exemplo dessa estratégia é o investimento que a operadora Oi tem feito nesse sentido. Em agosto do ano passado, a companhia adquiriu, por R$ 27 milhões, a provedora de acesso Vex e hoje oferece 12 mil hotspots no país, com previsão de fechar o ano com 30 mil. Os usuários de alguns planos da Oi têm acesso à internet gratuitamente nesses pontos espalhados por aeroportos, hotéis e cafés.

Fortaleza tem 45 pontos de acesso

Estudante acessa a internet através de rede Wi-Fi na Praça do Ferreira, na Capital cearense, um dos pontos de conexão gratuita na cidade Foto: Waleska SAntiago

De acordo com o serviço Wi-Fi Finder, da empresa JiWire, que mapeia os pontos de acesso públicos à internet em todo o mundo, Fortaleza conta com 39 localidades com conectividade sem fio para os cidadãos. Entre pagos e gratuitos, esses pontos de acesso são oferecidos em shoppings, restaurantes, hotéis e instituições de ensino (a Universidade de Fortaleza), além do Aeroporto Internacional Pinto Martins.

Além desses pontos registrados pelo JiWire (http://v4.jiwire.com/search-hotspot-locations.htm) - que oferece aplicativos de localização de hotspots para celulares e tablets -, há outras iniciativas públicas e privadas. A Prefeitura de Fortaleza mantém pontos de acesso em seis locais: Passeio Público, Praça do Ferreira, Praça da Estação, Praça Coração de Jesus, Cidade das Crianças e Praça José de Alencar. Com isso, são 45 os pontos de acesso Wi-Fi na cidade.

O projeto "Parada Wi-Fi", das lojas Ibyte, oferecia acesso gratuito em três paradas de ônibus da capital cearense. Entretanto, após um período de testes, concluído em setembro, o serviço está desativado. Segundo o gerente de marketing da empresa, Nelson Gurgel, "o sistema teve uma aceitação excelente". Agora, o projeto está sendo reestruturado, "com alguns ajustes técnicos mínimos, para voltar em definitivo em janeiro de 2013", com a possibilidade de ampliação do número de pontos de acesso.

As paradas de ônibus contempladas inicialmente pelo projeto estão localizadas na avenida 13 de maio (em frente à Igreja de Fátima), na avenida Dom Luís (entre as ruas Osvaldo Cruz e Joaquim Nabuco) e em frente ao shopping Iguatemi.

Mais informações
A estudo completo (em inglês) está disponível no site www.cisco.com/web/about/ac79/docs/sp/Wi-Fi_Customer-Research_Brazil.pdf. 

fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1192606