COMPORTAMENTO NA WEB
Você sabe o que seu filho faz online?
26.11.2012
Pesquisa mostra que os jovens estão mais conectados, mas sem o acompanhamento dos pais na rede
Sabrina, filha da cabeleireira Dilvanne Vasconcelos, só pode acessar o PC da sala FOTO: NATASHA MOTA
Em casa, eles estão com os notebooks no colo, fones nos ouvidos e olhos na tela. No carro, não largam o smartphone por nada. Afinal, o que os adolescentes tanto fazem conectados à Internet? Você, pai ou mãe, já teve curiosidade de saber?
As ideias dos pais sobre os hábitos online dos filhos diferem daquilo que os próprios adolescentes contam sobre o cotidiano na Internet. Enquanto 33% dos jovens afirmam acessar a rede de quatro a seis horas por dia, 36% dos pais acreditam que o tempo em que os filhos passam conectados é de no máximo 3 horas. A constatação é da pesquisa "Jovens na Internet: muito além da visão dos pais", realizada pela McAfee, empresa dedicada à tecnologia de segurança da informação. O levantamento, realizado entre junho e agosto deste ano com pais e adolescentes brasileiros das classes A, B e C, buscou analisar a percepção dos pais acerca do comportamento dos filhos na rede.
"Os jovens estão hiperconectados", afirma o professor e psicólogo Marcelo Salgado.
A pesquisa ratifica o pensamento do especialista: 87% dos adolescentes consultados acessam a web em pelo menos seis dias na semana.
Omissão
Os maiores contrastes, porém, não se encontram no tempo de navegação e sim no conteúdo dela. 61% dos pais acreditam que seus filhos lhes contam tudo o que fazem na Internet, mas 57% dos adolescentes analisados afirmam que os mais velhos só sabem uma parte do que acontece no mundo virtual. Alguns pais ficam de fora, por exemplo, das interações dos jovens com o sexo na Internet, das situações constrangedoras vividas em redes sociais e até mesmo de ciberbullying.
Justificativas
A venda nos olhos dos pais tem algumas justificativas, dadas por eles mesmos. 48% acreditam que os filhos entendem muito mais de tecnologia e, por isso, jamais conseguirão acompanhar o comportamento dos jovens na Internet. 33% contam outra história: o problema é a falta de tempo e disposição para acompanhar tudo o que os filhos fazem na rede. Mas não é assim que os adolescentes pensam; para 33% deles, os pais simplesmente não se importam.
Preocupação
Na casa da cabeleireira Dilvanne Vasconcelos acontece bem diferente. Preocupada com os casos de pedofilia que vê surgirem na rede, ela se tornou mais vigilante com o que a filha faz online.
Sabrina, hoje com 14 anos, é acompanhada pela mãe desde os 12, quando começou a usar a Internet. "Já é normal, não me sinto mais envergonhada", conta a adolescente.
"No começo era meio estranho, mas já me acostumei", afirma a garota.
Diálogo como saída
Dilvanne explica que o monitoramento que faz com a filha não envolve nenhum software que bloqueie o acesso a sites específicos ou registre o que a menina escreve online. A cabeleireira é como os 75% dos pais consultados pela pesquisa que disseram usar o diálogo como estratégia para manter a segurança dos filhos na Internet. "Sempre tive uma conversa aberta com ela", diz a mãe. Sabrina concorda: "a gente não tem segredos".
Ao contrário da filha de Dilvanne, 45% dos adolescentes da pesquisa mudariam seu comportamento na Internet se soubessem que seus pais os estavam vigiando. Sabrina pensa diferente. "É melhor ela (minha mãe) ficar sabendo do que eu ficar escondendo", afirma a jovem.
Medidas de segurança
Promover o acesso à Internet em um cômodo de maior convívio é uma das soluções apontadas pelo psicólogo Marcelo Salgado para auxiliar o acompanhamento dos pais. É o que Dilvanne também faz com Sabrina. "Como o computador fica na sala da casa, eu fico passando para ver com quem ela conversa e o que ela vê", conta a cabeleireira.
Outro conselho dado pelo especialista é a instalação de programas de monitoramento nos computadores utilizados pelos jovens. O psicólogo faz uma ressalva, contudo: "A adolescência é um momento de necessidade de afirmação. Existe uma busca pela privacidade e individualidade". Por conta desses fatores, é necessário que os pais também tenham seus limites, pois a vigilância excessiva, segundo Salgado, pode incentivar o adolescente a burlar o controle e intensificar o uso inadequado da rede. Para ele, o uso desse tipo de software só é aconselhável até os 18 anos do filho; a partir daí, ele já tem maturidade e autonomia legal para agir por si.
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1207184
Um comentário:
a parceria está shoowwwww de bola um abraço.....
Postar um comentário