EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO
Atitude cortês em vias ajuda a reduzir acidentes
02.09.2013
odos os motoristas precisam conviver em harmonia com os demais personagens que utilizam as ruasTrafegar pelas ruas de Fortaleza virou sinônimo de estresse, a falta de educação de muitos condutores de veículos tem causado pequenos conflitos que em alguns casos ganham grandes dimensões. Atitudes gentis e simples talvez reduzissem pela metade os 4.198 acidentes de trânsito ocorridos no Estado nos dois primeiros meses do ano e registrados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE).
Ações educativas devem orientar aos condutores de veículos, pedestres e ciclistas a importância do respeito mútuo no dia a dia nas estradas da Capital, atentando para os direitos de todos os protagonistas do trânsito FOTO: ALEX COSTA
Visando engajar a população em uma campanha social para estimular a consciência e o bom convívio no trânsito, o Sistema Verdes Mares, em parceria com a Autarquia Municipal de Transito e Serviços Públicos (AMC) lançou, em agosto, a campanha "Trânsito Gentil - Fortaleza rima com Gentileza".
A iniciativa fala da cortesia, cooperação, solidariedade e responsabilidade, elementos que constituem os eixos determinantes da transformação do comportamento do homem no trânsito. A intenção é também reduzir o número de acidentes envolvendo pedestres, motociclistas e motoristas em geral.
Brigas e muitos dos acidentes poderiam ser evitados, caso as pessoas se conscientizassem de que o trânsito é feito por pessoas, independentemente de estarem motorizadas ou não. O tráfego dos veículos deve conviver em harmonia com os demais personagens que utilizam as vias. Portanto, o direito dos pedestres, dos ciclistas e dos animais deve ser respeitado. Com estas palavras, a chefe do Departamento de Educação de Trânsito da AMC, Geovana Brandão, discursa sobre a importância do respeito mútuo nas estradas.
Rotina
Todos nós, um dia, já presenciamos cenas de falta de educação no trânsito, senão todos os dias. Quem confirma são os próprios protagonistas do trânsito de Fortaleza. Para a engenheira civil, Carla Fabiana, o que falta é consideração pelo próximo e mais tranquilidade.
"As pessoas deveriam ter mais calma e controle emocional, poderiam fazer uma reflexão para repensar o seu papel, pois não estão apenas empurrando um carro, mas sim, conduzindo vidas", ressalta Carla.
Se para quem está motorizado a situação é complicada, imagina para quem está sobre as duas rodas de uma bicicleta. Há 35 anos, o distribuidor de jornal, Leonardo Chaves, 48, enfrenta as ruas da Cidade, tendo como meio de trabalho e de transporte a sua ´bike´. Leonardo conta que, a cada dia, fica mais difícil pedalar pelas ruas.
Segundo ele, o aumento na frota de carros dificulta o trânsito, mas a falta de respeito entre as pessoas é um grande problema. Sua maior queixa é contra os motociclistas que andam com excesso de velocidade pondo em risco a vida de terceiros.
Quem passa por todos os tipos de risco e pode sofrer as consequências com maiores impactos são os pedestres, que não se sentem seguros em diversas situações, por exemplo, ao atravessar uma faixa de pedestre, mesmo quando o semáforo estiver vermelho. Outra dificuldade é tentar atravessar uma via utilizando uma faixa de pedestre sem que haja um sinal de trânsito. A tarefa é praticamente impossível de ser realizada com segurança.
Antônio José, 52, assistente comercial utiliza transporte público e, como pedestre, vive exposto aos diversos tipos de risco das ruas. Ele anda alerta quanto aos perigos do trânsito. O seu maior temor é em relação às faixas de pedestres que não são respeitadas. Outra reclamação de Antônio é sobre vias do canto direito da rua, utilizadas pelos ônibus. "Os motoqueiros usam essa faixa para ganhar mais tempo, com isso, colocam em risco a vida dos pedestres que estão tentando embarcar nos coletivos. Isso é um absurdo", desabafa.
Ação Social
Pensando nestes problemas e com intuito de formar pequenos cidadãos, a AMC desenvolve atividades educativas nas escolas com o projeto Escola Cidadã, por meio da qual atende à rede pública e particular. A ação é um trabalho de longo prazo que visa criar nas crianças a consciência do bom convívio no trânsito.
Além disso, outras ações mais específicas estão sendo trabalhadas juntas com o público-alvo. Durante o mês de julho, por exemplo, foi realizada a IV Bandeirada para Motociclistas, blitze educativas que visam alertar os condutores sobre os riscos de dirigir em alta velocidade.
Nos meses de janeiro e agosto, as ações ficaram mais concentradas na volta às aulas. Na ocasião, os pais dos alunos foram orientados a não pararem em fila dupla em frente às escolas, pois isso gera bastante desconforto e congestionamentos desnecessários.
Neste mês de setembro, é celebrada a Semana do Trânsito. A AMC informa que vai atuar durante todo o período com ações educativas nas escolas e nas ruas, ressaltado que a gentileza no trânsito é uma alternativa para aliviar as tensões.
fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1313294
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