POR SERASA CONSUMIDOR
Você recebe a fatura do cartão e vê, em destaque, o valor do pagamento total e o valor do pagamento mínimo. Aí vem aquela tentação de escolher a segunda opção, afinal, ela é bem mais em conta!
Sempre que estiver nesse impasse, é importante lembrar que ao pagar a parcela mínima você estará utilizando automaticamente um dos empréstimos mais caros do mercado: o crédito rotativo.
Mas será que vale a pena usar esse recurso? Veja o exemplo do Henrique, um comerciante que acumulou R$ 1.200 em gastos no cartão de crédito. Vamos fazer de conta que, na data do vencimento, ele decida pagar o valor mínimo da fatura.
- Data de vencimento da fatura: 25 de agosto de 2016
- Total da fatura: R$ 1.200,00
- Pagamento mínimo: R$ 270,00
Na fatura, Henrique é informado que, se pagar a parcela mínima até a data de vencimento, poderá pagar o restante depois, a uma taxa de 15,64% de juros ao mês, ou 472,46% ao ano. A administradora do cartão também informa que, na próxima fatura, será incluído um valor de R$ 145,33 de multa sobre o que ele ficou devendo (saldo da fatura de agosto menos o pagamento mínimo).
Resumindo:
Fatura em 25 de agosto | Pagamento mínimo | Saldo devedor de agosto | Multas e encargos | Saldo para setembro |
R$ 1.200,00 | R$ 270,00 | R$ 930,00 | R$ 145,53 | R$ 1.075,53 |
Henrique então decide não fazer mais nenhuma compra nesse cartão e entra em contato com a operadora para pedir que o saldo de R$ 1.075,53 seja dividido, afinal ele não irá conseguir pagar tudo de uma vez. São oferecidas a ele quatro opções de pagamento: 3, 6, 8 ou 12 parcelas fixas.
Mas, será que o Henrique notou que a dívida pode dobrar de tamanho? Olha só o que acontece:
Número de parcelas | Taxa de juros/mês | Valor das parcelas mensais | Total a ser pago | Valor dos juros a serem pagos |
3 | 15,64% | R$ 476,06 | R$ 1.428,20 | R$ 352,66 |
6 | 15,64% | R$ 289,11 | R$ 1.734,66 | R$ 659,13 |
8 | 15,64% | R$ 244,74 | R$ 1.957,97 | R$ 882,44 |
12 | 15,64% | R$ 203,86 | R$ 2.446,33 | R$1.370,80 |
Se o Henrique optar por parcelar em 6 vezes, ele vai gastar:
R$ 270,00 (pagamento mínimo) + 6 parcelas de R$ 289,11 = R$ 2.004,66
Isso parar quitar uma fatura que, inicialmente, tinha um valor de R$ 1.200,00!
Olhando as contas de perto, dá para notar que uma dívida no cartão pode se transformar rapidamente em uma bola de neve. Para evitar isso, uma alternativa é buscar linhas de créditos mais baratas para quitar a fatura antes do vencimento.
Só como exemplo, vamos supor que o Henrique escolhesse uma linha de crédito pessoal, ao invés de refinanciar diretamente com a operadora de cartão de crédito:
Dívida no cartão de crédito | Número de parcelas | Média de juros/mês no crédito pessoal | Valor das parcelas mensais | Total pago | Valor dos juros pagos no crédito pessoal |
R$ 1.200,00 | 6 | 5% | R$ 236,42 | R$ 1. 418,52 | R$ 218,53 |
Ou seja, ele faria uma economia de R$ 586,14!
Por isso, fique ligado. Para compras não planejadas acima de R$ 150,00, não compre na hora. Vá para casa e, se no dia seguinte desistir da compra, significa que ela não era tão importante assim. Um estudo feito pelo neurocientista norte-americano Paulo Zak mostrou que uma noite de sono anulou a compra por impulso de 14% das pessoas pesquisadas.
Está com dívidas? Confira algumas dicas para renegociar.
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