Em geral, presumimos que há uma entidade com existência independente a que chamamos de tempo. Falamos de tempo passado, presente e futuro.
Entretanto, quando examinamos melhor o assunto, vemos que esse conceito também é uma convenção. Verificamos que a expressão “momento presente” é apenas um rótulo que indica a interface entre os tempos “passado” e “futuro”. Não podemos na realidade localizar com precisão o presente. O passado está apenas uma fração de segundo antes do suposto momento presente; apenas uma fração de segundo depois está o futuro.
No entanto, se dissermos que o momento presente é “agora”, assim que acabarmos de pronunciar esta palavra ele já estará no passado. Se sustentássemos que, mesmo assim, deve haver um único momento indivisível pelo passado ou pelo futuro, não haveria nenhuma razão para separarmos presente, passado e futuro. Se houvesse um único momento indivisível, só teríamos o presente.
Sem o conceito de presente, porém, fica difícil falar de passado e futuro já que ambos, sem dúvida, dependem do presente. Além do mais, se nossa análise nos fizesse concluir que o presente não existe, teríamos de negar não só uma convenção mundial, como também a nossa própria existência.
De fato, quando começamos a analisar nossa experiência com relação ao tempo, vemos que o passado desaparece e o futuro ainda está para chegar. Experimentamos apenas o presente. E o presente só toma forma como dependente do passado e do futuro.
Dalai Lama
FONTE: Universo Natural
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