Beleza da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 agora contrasta com prejuízo acumulado (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP) |
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deram prejuízos e, contrariando o discurso que mantiveram por anos, os executivos responsáveis pela organização do evento, que aconteceu em agosto do ano passado, alegam agora que sempre precisaram de ajuda pública e que o rombo gerado é culpa da prefeitura do Rio e do governo federal.
Dados das demonstrações contábeis do Comitê Rio-2016 e auditoria independente revelam que, ao final de 2016, a entidade registrava um déficit de R$ 132 milhões. O informe foi aprovado pela direção da entidade em fevereiro e não deixa dúvidas de que o comitê “espera que seja aportado pelo governo do estado e município do Rio de Janeiro”. Os dados, segundo a auditoria, “indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto a capacidade da entidade em liquidar seus passivos”.
Para explicar o buraco, porém, os organizadores culpam os governos, que não teriam cumprido com algumas de suas obrigações, e fatores externos quem impactaram “diretamente na venda de ingressos, acomodações, hospitalidade, patrocínios entre outras fontes de receitas do comitê”, aponta o relatório. “Os principais fatores que afetaram a receita foram: crise econômica do país, instabilidade política e surto de zika”, indica.
Em julho de 2016, no entanto, o governo federal garantiu um aporte de R$ 250 milhões vindos dos três níveis da adinistração pública para a Olimpíada, mas promessa não foi cumprida. Dos R$ 150 milhões que viriam da prefeitura, foram enviados apenas R$ 30 milhões. Uma parcela do que viria do governo federal em forma de patrocínio também não foi desembolsada.
SaláriosSe o evento terminou no vermelho, os dados revelam que os oito diretores-executivos do Comitê Rio-2016 tiveram sucessivos aumentos de pagamentos que totalizam R$ 33,2 milhões entre 2011 e 2016. Os valores incluem salários e gastos. O grupo inclui oito executivos que, no fundo, foram os responsáveis por organizar o evento milionário. Apesar da “transparência”, os valores não incluem pagamentos eventuais ao presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Oficialmente, ele insiste que não recebe nada.
Com viagens, o comitê destinou R$ 70 milhões entre 2014 e 2016 e ainda gastou R$ 7,7 milhões com honorários de advogados e R$ 2,9 milhões com serviços de lavanderia. Os dados também fazem parte dos balanços financeiros.
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