A nova produção da Globo é ambientada em Salvador, mas só 11% do elenco é formado por atores negros
Por Revista Encontro - A novela Segundo Sol, nova trama do horário das 21h da Rede Globo, estreou na segunda, dia 14 de maio. Porém, antes mesmo da produção começar a ser exibida, já estava envolvida em uma polêmica. No final de 2017, assim que a emissora divulgou quais atores iriam compor o elenco do novo folhetim, um fato logo chamou a atenção dos brasileiros: apesar de ser ambientada na Bahia, apenas três atores negros estavam escalados no elenco principal, composto por 26 profissionais da TV. São eles: Roberta Rodrigues, Dan Ferreira e Fabrício Boliveira.
A história de Segundo Sol se passa em Salvador, fato que torna ainda mais incoerente a baixa quantidade de negros no elenco da trama, uma vez que 80% da população da capital baiana é formada por negros e mulatos, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Ainda de acordo com o levantamento, a Bahia é o estado que possui maior percentual de população negra no Brasil.
Para a atriz mineira Herlen Romão, do grupo de teatro de mulheres negras Morro Encena, de Belo Horizonte, o que mais chama a atenção é que os papeis secundários foram distribuídos para os atores Roberta Rodrigues e Dan Ferreira. "Trata-se de uma insistência em mostrar o negro empregado, subalterno", critica a artista. Ela ressalta ainda que apenas o ator Fabrício Boliveira possui um papel mais relevante na história – ele interpreta um cantor de axé. "Neste caso, não dá pra imaginar um cantor de axé louro. Por isso, deram este papel mais importante a ele e não a um branco", comenta a atriz mineira.
Ministério Público
Por conta do baixo número de negros no elenco de Segundo Sol, a Globo foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho. O documento traz recomendações à emissora para que a trama "respeite a diversidade racial da cidade em que é ambientada". Em resposta, a emissora fundada por Roberto Marinho enviou um comunicado à imprensa, afirmando que "respeita a diversidade e repudia qualquer tipo de preconceito e discriminação, inclusive o racial".
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Apesar de ser ambientada na Bahia, a nova novela da Globo, Segundo Sol, possui apenas três atores negros no elenco (foto: João Cotta/TV Globo/Divulgação) |
A história de Segundo Sol se passa em Salvador, fato que torna ainda mais incoerente a baixa quantidade de negros no elenco da trama, uma vez que 80% da população da capital baiana é formada por negros e mulatos, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Ainda de acordo com o levantamento, a Bahia é o estado que possui maior percentual de população negra no Brasil.
Para a atriz mineira Herlen Romão, do grupo de teatro de mulheres negras Morro Encena, de Belo Horizonte, o que mais chama a atenção é que os papeis secundários foram distribuídos para os atores Roberta Rodrigues e Dan Ferreira. "Trata-se de uma insistência em mostrar o negro empregado, subalterno", critica a artista. Ela ressalta ainda que apenas o ator Fabrício Boliveira possui um papel mais relevante na história – ele interpreta um cantor de axé. "Neste caso, não dá pra imaginar um cantor de axé louro. Por isso, deram este papel mais importante a ele e não a um branco", comenta a atriz mineira.
Ministério Público
Por conta do baixo número de negros no elenco de Segundo Sol, a Globo foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho. O documento traz recomendações à emissora para que a trama "respeite a diversidade racial da cidade em que é ambientada". Em resposta, a emissora fundada por Roberto Marinho enviou um comunicado à imprensa, afirmando que "respeita a diversidade e repudia qualquer tipo de preconceito e discriminação, inclusive o racial".
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