Oncologista Rafael Coelho, cirurgião do Hospital 9 de Julho, esclarece principais dúvidas sobre saúde do homem
Novembro Azul é o mês de conscientização sobre a saúde do homem. E a doença que mais afeta essa população ainda é o câncer de próstata. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de que 68 mil novos casos sejam registrados por ano no Brasil.
Na fase inicial, os sintomas praticamente não aparecem. Por essa razão, os exames periódicos são necessários. Quando os primeiros desconfortos surgem, o paciente já está em um estágio considerado avançado da doença. Aumento da frequência e dor ao urinar são as principais queixas.
A medicina tem buscado alternativas para o diagnóstico de câncer de próstata. O exame de toque retal ainda é encarado com preconceito ou medo por muitos homens, mas ainda não existem métodos que possam substituí-lo.
O cirurgião robótico do Hospital 9 de Julho, Rafael Coelho, ressalta o crescimento do uso desse tipo de procedimento no tratamento do câncer de próstata localizado. "Esse tipo de cirurgia é minimamente invasiva por funcionar através de uma pinça que faz um 'furinho' no paciente, diminui as chances de infecção já que não é uma cirurgia aberta (feita sem o robô) e o tempo de recuperação é mais rápido do que as formas comuns", explica. O urologista também afirma que esta é a técnica mais comum no tratamento da doença nos Estados Unidos e Europa.
A equipe do E+ entrevistou o médico Rafael Coelho, cirurgião robótico do Hospital 9 de Julho, para tirar as dúvidas mais polêmicas em relação ao tema.
A partir de qual idade os homens devem procurar o médico e com que frequência?
Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que 68 mil novos casos de tumores de próstata surjam por ano. Foto: Pixabay |
Na fase inicial, os sintomas praticamente não aparecem. Por essa razão, os exames periódicos são necessários. Quando os primeiros desconfortos surgem, o paciente já está em um estágio considerado avançado da doença. Aumento da frequência e dor ao urinar são as principais queixas.
A medicina tem buscado alternativas para o diagnóstico de câncer de próstata. O exame de toque retal ainda é encarado com preconceito ou medo por muitos homens, mas ainda não existem métodos que possam substituí-lo.
O cirurgião robótico do Hospital 9 de Julho, Rafael Coelho, ressalta o crescimento do uso desse tipo de procedimento no tratamento do câncer de próstata localizado. "Esse tipo de cirurgia é minimamente invasiva por funcionar através de uma pinça que faz um 'furinho' no paciente, diminui as chances de infecção já que não é uma cirurgia aberta (feita sem o robô) e o tempo de recuperação é mais rápido do que as formas comuns", explica. O urologista também afirma que esta é a técnica mais comum no tratamento da doença nos Estados Unidos e Europa.
A equipe do E+ entrevistou o médico Rafael Coelho, cirurgião robótico do Hospital 9 de Julho, para tirar as dúvidas mais polêmicas em relação ao tema.
A partir de qual idade os homens devem procurar o médico e com que frequência?
Existe uma controvérsia sobre a idade de início entre as sociedades de urologia do mundo. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda o rastreamento a partir dos 50 anos (45 anos para negros ou com histórico familiar com a doença). Porém, é interessante colher um PSA basal aos 40 anos de idade para já antecipar um possível diagnóstico. Este exame estratifica o risco de câncer de próstata ao longo da vida e permite a elaboração de uma estratégia de rastreamento personalizada. Com a evolução da medicina, nós podemos abandonar recomendações genéricas e elaborar planos de diagnóstico e tratamentos específicos para cada pessoa.
Quais são os sintomas do câncer de próstata?
Na sua fase inicial, o câncer de próstata é assintomático, por isso a importância do rastreamento. Os sintomas aparecem na fase avançada, por exemplo, quando a doença já se disseminou para os ossos, causando muita dor no paciente.
O exame de toque retal ainda é o método de diagnóstico mais efetivo ou existem outras alternativas?
Não é o único exame. Atualmente a minoria dos casos de câncer de próstata são diagnosticados pelo toque retal. Em mais de 80% dos casos, a suspeita da doença se faz pelo aumento do PSA (antígeno prostático específico) que é medido por um exame de sangue convencional. Além dele, os exames de imagem têm tido um papel importante no diagnóstico da doença, principalmente com a evolução da ressonância magnética de próstata.
Como é o tratamento?
O tratamento varia de acordo com a agressividade da doença. Inicialmente, pode ser feito com acompanhamento ativo (em que o paciente é apenas vigiado e só tratado se houver progressão da doença), cirurgia de retirada da próstata ou radioterapia. Em fase avançada, o tratamento pode envolver a questão hormonal (bloqueio da produção de testosterona) ou quimioterapia.
É verdade que, após cirurgia, o homem fica 'impotente'?
Houve grande evolução com o desenvolvimento de técnicas de preservação dos nervos da ereção. Nós da equipe do 9 de Julho desenvolvemos uma nova forma de abordagem da cirurgia, justamente para preservar os nervos da ereção e diminuir as chances de incontinência urinária. Com essa técnica, mais de 85% dos pacientes recupera a ereção depois da cirurgia e caiu para 2% o número de casos de incontinência urinária. A técnica é feita por baixo da próstata evitando o contato com os vasos e nervos, diferente do primeiro modelo da cirurgia robótica que atingia essas terminações.
Como fica a questão do desejo sexual e a libido?
Ficam inalterados depois da cirurgia. É importante lembrar que a cirurgia de próstata não afeta o desejo sexual.
Existem recomendações preventivas contra o câncer de próstata?
Existem recomendações de prevenção primária e secundária. Na prevenção primária, ela envolve a adoção de hábitos saudáveis como uma forma de prevenir as doenças em geral, incluindo o câncer de próstata, tais como comer adequadamente, controlar o peso, beber com moderação, limitar o uso de açúcar e sal, não fumar e praticar exercícios físicos. Dentre esses hábitos, dietas consideradas saudáveis ocupam um espaço significativo. Em geral, se recomenda uma dieta com baixa gordura saturada (principalmente gordura animal), rica em fibras, frutas, vegetais. A prevenção secundária envolve o diagnóstico precoce através do rastreamento já comentado nas perguntas anteriores.
Consultoria: Hospital 9 de Julho
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