Pesquisa do Data Favela nesta semana mostrou que 72% das pessoas nessas comunidades não têm poupança para manter nem por uma semana o seu baixo padrão de vida.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Enquanto governo e Congresso ainda devem os detalhes de como farão chegar aos trabalhadores informais o auxílio emergencial recém aprovado de R$ 600 durante a crise causada pela Covid-19, a falta de dinheiro e alimentos já atinge em cheio as famílias que vivem na informalidade.
Armários vazios e barracos repletos de adultos e crianças que deixaram de ir às escolas onde recebiam a merenda – sua principal refeição do dia – são a nova realidade em favelas de São Paulo.
Além de comida, faltam itens como papel higiênico, fraldas, sabão e detergente, para lavar as mãos e a louça. Dentro de muitas casas, a sujeira predomina. Na rua, crianças limpam pés e mãos em fios de água que correm nas guias.
No desespero, muitos moradores já saem de casa para ir atrás de parentes, amigos e entidades assistenciais em busca de alimentos e ajuda.
Perto dessas comunidades, há ambulantes nos semáforos e, dentro delas, bem mais gente em vielas e ruas do que se pode ver em vários bairros de São Paulo. Muitos estão atrás de bicos e comida.
Em alguns pontos, a sensação é de que não há um isolamento estabelecido pela epidemia. Fora de suas casas minúsculas e mal preparadas, crianças jogam bola e há pessoas ao ar livre em volta de mesas de bilhar ou de um baralho.
Na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo, onde ao menos três favelas (Nazzali, Flamengo e Sucupira) reúnem cerca de 16 mil famílias, muitos moradores dizem ser impossível manter-se em casa sem dinheiro ou alimentos.
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