Fechamento do site vai além das acusações de pirataria; troca de arquivos na internet parece longe de acabar
A briga pelos direitos autorais na internet não é de hoje. Um dos episódios mais marcantes desse peleja envolveu a banda Metallica. Os integrantes do grupo processaram a empresa que desenvolvia o software de compartilhamento Napster, alegando que o programa facilitava a infração de direitos autorais. A questão é que desde meados de 2000, quando o episódio aconteceu, o compartilhamento de músicas entre usuários na rede só aumentou.
Mais de uma década depois, a quantidade de arquivos disponíveis para download é inúmera, e as empresas por trás dessa oferta abundantes cresceram exponencialmente. Segundo a companhia de tecnologia Go-Globe, 22% de toda a banda de internet mundial foi dedicada ao compartilhamento de arquivos no segundo semestre de 2011. De acordo com o mesmo levantamento, mais de 75% dos computadores em todo o mundo possuem algum arquivo com direitos autorais.
A perda de lucro é a principal razão para que as empresas que produzem conteúdo, como a Warner Bros e a Universal Studios, pressionem o governo americano a tomar atitudes contra a pirataria. O site escolhido para ser o "Napster da vez" foi o Megaupload (MU). A mais representativa plataforma de downloads e uploads de arquivos da web acabou fechada na semana passada. Na operação da polícia federal, que teve início em 2002, foram presos quatro dos sete proprietários da página eletrônica, incluindo aí o fundador do Megaupload, Kim Schmitz.
Quem acessar o Megaupload dá de cara com uma mensagem do FBI
Além dos direitos autorais
Segundo a polícia federal norte-americana, além da violação aos direitos autorais e ao incentivo à pirataria, o fundador do website também é alvo de outras acusações. Entre elas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e favorecimento a atividades terroristas. (Pouco depois do fechamento do Megaupload, caiu na rede um documento de 72 páginas que é apontado - e ainda não confirmado - como o inquérito do governo dos Estados Unidos contra o site).
Se as acusações contra o Megaupload assustam, o mesmo pode-se dizer de alguns números relativos ao site. De acordo com a Motion Picture Association of America, entidade que representa os estúdios de Hollywood, a página gerou uma perda de meio bilhão de dólares para indústria cinematográfica norte-americana. Outra marca de respeito é que, de acordo com dados se seu fundador, o MU é responsável por 4% de todo o tráfego de dados na internet, e com mais de 50 milhões de usuários ativos (por dia), segundo ele mesmo.
Além de números parrudos, outra questão que pode ter aumentado a pressão sobre o Megaupload seria um projeto para criar uma plataforma parecida com o iTunes, da Apple. Declarações do fundador do MU, ao site TorrentFreak, indicam que novidades seriam anunciadas em 2012. A principal bandeira da loja seria repassar 90% do valor arrecadado aos artistas. Atualmente, no sistema de comercialização da Apple, 70% das cifras são direcionadas às gravadoras. O novo serviço teria o nome de MegaBox.
Assim como a iTunes Store, Megaupload planejava vender músicas
E as opções e alternativas?
Após a prisão dos diretores do MU, outros sites de download de arquivos ficaram na defensiva. Assim que o Megaupload foi fechado, dezenas de páginas com o mesmo perfil começaram a apagar conteúdo por conta própria, ou mesmo a fechar as portas.
Entretanto, embora muito conteúdo tenha sido deletado, nem tudo está perdido. Ainda há opçãoes de download na web, apesar de alguns sites semelhantes ao MU terem tomado providencias para não sofrerem o mesmo destino, como o Filesonic (que desabilitou o compartilhamento) e o 4shared (que está deletando arquivos com direitos autorais). Veja alguns sites que estão funcionando plenamente (por enquanto):
Uploaded - Usuários free precisam aguardar em média 12 segundos para iniciar um download e só podem baixar um arquivo a cada 60 minutos. Dois dias de conta premium custam 8 euros.
ShareFlare - Usuários free podem enviar arquivos normalmente, sem limite de tamanho. Contas premium podem ser pagas em reais. Os preços variam conforme o plano.
DepositFiles - Usuário free possuem limitação de 2 GB no tamanho do arquivo para upload. Assinatura de um mês custa 12 dólares.
RapidShare - Apesar de instável nos últimos dias, o RapidShare ainda está no ar. A versão de usuário premium garante espaço para armazenamento ilimitado e custa 10 euros por mês, enquanto a versão gratuita exige uma espera de mais de dois minutos.
ORON - A hospedagem gratuita possui um limite de 400 MB e máximo de 5 arquivos. A assinatura por 30 dias custa 10 euros.
Wupload - Na versão gratuita, o limite de download é de 2GB e os arquivos ficam hospedados somente por 30 dias. Para adquirir uma conta premium, o valor é de 9 euros por um mês.
Minus - É possível enviar arquivos sem fazer nenhum cadastro, porém há um limite de 2GB. Depois de preencher o formulário de forma gratuita, o espaço disponível aumenta para 50 GB.
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