Apontada pelo Censo 2010 como a cidade com menor número de habitantes no país (são apenas 805 moradores), Borá (487 km de São Paulo) tem dois candidatos a prefeito. Um deles concorre à reeleição, Luiz Carlos Rodrigues (PT), mais conhecido como Luiz do Açougue. O outro, é Nelson Celestino Teixeira (PSDB), que já foi prefeito da cidade por quatro vezes. Outros 38 candidatos concorrem a 9 cadeiras do Legislativo. A disputa contava com 40 candidatos, mas duas pessoas renunciaram.
O fato de a cidade ter poucos habitantes não significa que ser eleito em Borá seja mais fácil do que em municípios com populações maiores. Nas eleições de 2008, por exemplo, o quarto vereador mais votado teve apenas um voto a mais que o quinto colocado. Foram 36 contra 35. O mesmo ocorreu entre o sexto e o sétimo mais votados: 33 contra 32.
O UOL visitou Borá dentro do projeto UOL pelo Brasil –série de reportagens que percorre municípios em todos os Estados do Brasil durante a campanha eleitoral deste ano.
“Eu ganhei por um voto do meu suplente: tive 32, e ele, 31. Se no dia da eleição eu brigo com a minha esposa, eu empatava”, brinca Robson Dolney, vereador e candidato à reeleição pelo PSB. Após a visita do UOL, Dolney teve seu mandato cassado por infidelidade partidária, mas declarou que irá recorrer junto ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral). A decisão, porém, não interfere na candidatura dele.
Além da disputa acirrada, há critérios da legislação eleitoral que fazem com que, mesmo que tenha uma quantidade suficiente de votos, o candidato não possa assumir a vaga. Um deles, por exemplo, é o quociente eleitoral, que define quais partidos terão mais cadeiras no Legislativo. Outro exemplo é o artigo 110 do Código Eleitoral, segundo o qual quando dois candidatos têm a mesma quantidade de votos, quem assume a vaga é o mais velho.
Para garantir votos, a estratégia de campanha dos candidatos acontece como na maioria das cidades pequenas: de porta em porta. “Aqui a campanha tem que ser na sola do sapato. É na unha, como debulhar milho”, explica o ex-prefeito Nelson Teixeira.
Em Borá existem mais eleitores do que habitantes: são 1.071 votantes. Moradores dizem acreditar que algumas pessoas tenham se mudado da cidade, mas não tenham transferido seus títulos. A cidade, porém, corre o risco de perder o “título” de cidade com o menor número de moradores. As últimas estimativas populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgadas em 31 de agosto, mostram que o município mineiro de Serra da Saudade empatou com Borá, cada um teria 807 habitantes.
Em algumas casas e famílias, há mais de um candidato. É o caso de Marcia Luciane Silva dos Santos, candidata a vereadora pelo PTB, que disputa com o pai, Carlinho Zica (PSB), com o irmão, Angelo Aparecido da Silva (PSDB), e com o marido, que concorre com o nome de Paulo Mecânico (PSB). A aposentada Aparecida Merci, mãe de Marcia e de Angelo, brinca que terá que fazer um sorteio para decidir de quem será seu voto.
Fonte: Uol
FONTE: http://potenginainternet.blogspot.com.br/2012/09/cidade-menos-populosa-do-brasil-elege.html
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