Ask a Jesuit (João J. Vila-Chã, SJ) · 15.652 curtiram isso
há 22 horas · Neste vídeo, são de escutar as palavras, tranquilas e seguras, que o nosso Santo Padre pronunciou esta manhã, em Latim, para anunciar diante do Consistório dos Cardeais reunidos em Roma a sua decisão e se demitir do Cargo de Pontífice Máximo da Igreja de Jesus Cristo com efeito imediato a partir das 20:00 horas (hora de Roma) do dia 28 de Fevereiro de 2013. A versão disponível em Português da mensagem hoje comunicada em pessoa ao Consistório Cardinalício, é a seguinte:
«Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.»
O meu comentário ao vídeo que aqui se mostra, em apenas três palavras e as respectivas frases necessárias à comunicação das mesmas, é o seguinte: 1. Gesto grandioso, pela sua humildade, de um Homem de Deus e excelso servidor da Igreja; 2. Revelação inaudita de um grau inaudito de honestidade e autenticidade na gestão de um cargo de altíssima responsabilidade, exigência e significado; 3. Testemunho absolutamente invulgar de coerência, radicalidade, seriedade e força espiritual de um dos Grandes Papas da História mais recente da Igreja. Dito isto, um sublinhado desejo ainda fazer: estas palavras hoje pronunciadas em Roma pelo Santo Padre, Papa Bento XVI, são palavras de um Homem Livre, de um ser humano em pleno uso das suas capacidades mentais; além disso, sendo as palavras de um Papa da Igreja, as suas palavras são inapeláveis e, naturalmente, irreversíveis. Dito de outro modo: o que hoje aqui em Roma foi anunciado fez-nos já entrar numa nova e inusitada época da nossa história comum eclesial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário