ATRAVÉS DA CONTA
Consumidores serão ressarcidos pelo apagão
30.08.2013
Além dos aparelhos queimados, os clientes podem ter desconto na conta pelas horas sem energia elétricaCom o blecaute que ocorreu no Nordeste na última quarta-feira, os consumidores prejudicados deverão ser ressarcidos pelas empresas distribuidoras. No caso dos que tiveram aparelhos queimados, é preciso informar o problema em até 90 dias para a Companhia Energética do Ceará (Coelce). Além disso, os clientes poderão ser compensados com descontos na conta do mês seguinte caso o período sem energia tenha superado o limite estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O consumidor que teve algum aparelho eletrônico queimado por conta da queda de energia deve levar a data e o horário da ocorrência para a Coelce FOTO: JL ROSA
Neste ano, a Coelce já ressarciu em R$ 1,2 milhão os clientes por ultrapassar os limites dos indicadores de Duração de Interrupção por Unidade Consumidora (DIC) e de Frequência de Interrupção por Unidade Consumidora (FIC) - que marcam quanto tempo e o número de vezes que um cliente ficou sem energia elétrica durante um período. Apesar do valor, a Companhia figura entre as distribuidoras com melhor desempenho no ranking elaborado pela Aneel - realizado com base nos indicadores que avaliam a frequência de interrupções -, ficando com os primeiro e segundo lugares nos anos de 2011 e 2012, respectivamente.
No ano passado, a Coelce ressarciu um valor total de R$ 2,1 milhões aos consumidores, enquanto que em 2011 havia sido de R$ 3,2 milhões.
O analista de regulação da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce), Dickson Araújo, explica que tanto DIC quanto FIC são indicadores individuais relativos às interrupções em uma casa, por exemplo. "De fato, com base nos indicadores definidos pela Aneel, a Companhia vem na média ou abaixo dele. Em certas situações, ocorre dela transgredir por ser quase inevitável, pela quantidade de clientes", diz.
Desempenho
Além deles, destaca, existem os indicadores coletivos: o de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) - referente à média de horas que os consumidores ficaram sem energia elétrica - e o de Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) - que indica quantas vezes em um período houve interrupção do fornecimento de energia para unidades consumidoras. Segundo a Coelce, foi registrado, em julho, DEC de 0,6 horas no Ceará e FEC de 0,39. De janeiro a julho de 2013, o DEC foi de 4,97 horas e o FEC de 2,91.
Atendimento
Para o ressarcimento de aparelhos queimados, o cliente pode procurar a Coelce nas lojas de atendimento ou pelo telefone 0800 285 0196. A Companhia atende apenas o titular da unidade consumidora. É preciso ter a data e o horário da ocorrência, relatar o problema apresentado e descrever as características do equipamento.
FIQUE POR DENTRO
Como funcionam e o que medem o DEC e FEC
Dentre os indicadores coletivos que avaliam o serviço das distribuidora, existem o DEC e o FEC - que traz a média do número de horas que os consumidores ficaram sem energia elétrica e a quantidade de vezes que houve interrupção do fornecimento de energia para as unidades consumidoras, respectivamente.
Os indicadores DIC e FIC são individuais, utilizados para basear os cálculos das distribuidoras na hora de ressarcir o consumidor pelo período que ficou sem energia e pela quantidade de vezes que isso ocorreu.
GABRIELA RAMOSREPÓRTER
Opinião do especialista
Será que ocorre um blecaute da competência?
A queda de todo o sistema elétrico como aconteceu ontem (quarta-feira), deveria ser um fato muito raro, mas o que vimos é que vem acontecendo com muita frequência, o que não é esperado. O que avaliamos é que cada defeito desse, deveria ser estudado, analisado, caso a caso, para que as providências sejam adotadas e se evitem outros subsequentes. O que percebemos é que isso não vem acontecendo, o que nos fez levantar uma suspeita. Será que o que vem ocorrendo não é um apagão de competência? Porque hoje, já temos tecnologia para evitar esses apagões. Reconhecemos que são sistemas complexos, e que por isso mesmo, precisam de pessoas muito bem preparadas, especializadas em sistemas de proteção, devido a diversidade de equipamentos envolvidos , além da complexidade da própria administração desse sistema (elétrico), das subestações, que são administradas por várias empresas distintas, sob a coordenação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico Nacional). De forma que todos devam cumprir com as determinações e resoluções do sistema fielmente, o que parece que não vem acontecendo e certamente não está funcionando bem. É compreensível que defeitos sempre ocorram. Podemos ter quedas de transmissão, a queima de um transformador, mas os efeitos disso é que devem ser o mais limitado possível. E evidentemente a repetição dos apagões tem mostrado uma deficiência na gestão desse processo. E o que se diz, não oficialmente, no setor é que há um excesso de indicações políticas, até mesmo para os cargos técnicos. Para cargos de diretoria sempre ocorreu, mas para cargos técnicos é inadimissível.
Jurandir PicançoConsultor em energia da Fiec
FONTE:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1311945
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