Não achei nenhuma “botija”
Outro dia uma senhora que visitava o Santuário Mãe das Dores e via as obras que ali estão sendo realizadas, me perguntou de forma bem direta: “Padre, onde o senhor arranja tanto dinheiro pra fazer tudo isso?”
Respondi alguma coisa sobre a ajuda dos fiéis e me pus a pensar sobre o assunto já que não foi a primeira vez que alguém me falou a esse respeito. Alguém já me perguntou até se eu tinha achado uma “botija”. Afinal, temos realizado, na paróquia, várias reformas e construções novas, além da aquisição de equipamentos. Antes de responder a pergunta daquela senhora e de outros mais, é bom saber o motivo de tal questionamento. A pergunta surge por causa da ausência de meios de arrecadação tradicionalmente utilizados nas paróquias como festas, bingos, rifas, cobrança de taxas pelos serviços religiosos etc. Também não recebemos verbas do governo ou prefeitura nem de instituições internacionais.
Então, para começar a responder a pergunta da tal senhora, é necessário que se diga: Não temos tanto dinheiro assim. Somos uma paróquia pobre. E não temos as melhores técnicas de convencimento para aumentar o número de dizimistas e contribuições. Pode até parecer utopia, mas nosso único recurso é a fé. A fé no Deus que multiplica os pães e os peixes. Nosso método é a partilha, pois acreditamos que o pouco com Deus é muito e aprendemos com Jesus que cinco pães e dois peixes podem alimentar cinco mil pessoas, se houver partilha.
Numa época em que as paróquias usam estratégias modernas de marketing e gestão, nossa opção é a primitiva estratégia da “comunhão de bens” (At 4,32), do “há mais alegria em dar do que em receber” (At 20,35), do “buscai em primeiro lugar o reino de Deus” (Mt 6,36), do “quem é fiel no pouco será fiel no muito” (Lc 116,10) e da “partilha dos pães e peixes” (Jo 6 5-13). Quem tiver ouvidos, ouça.
Pe. Evando Alves de Andrade
FONTE:
http://paroquiadearacoiaba.blogspot.com.br/2013/08/nao-achei-nenhuma-botija.html#more
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