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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Moradores têm opinião dividida sobre ciclofaixa

ANA BILHAR

Moradores têm opinião dividida sobre ciclofaixa

24.09.2013
Enquanto alguns aprovaram a iniciativa, outros se sentiram incomodados por não poder estacionar na via
A implantação de uma ciclofaixa na Rua Ana Bilhar, no último dia 16, pela Prefeitura, está dividindo a opinião de moradores do bairro Meireles. Enquanto alguns aprovaram a iniciativa, pela necessidade de se pensar alternativas para desafogar o caótico trânsito da Capital, outros se sentiram incomodados por estarem impossibilitados de estacionar os carros na via e por alegar dificuldade de acesso aos prédios.

A AMC começou, na manhã de ontem, os trabalhos de fiscalização na Rua Ana Bilhar, onde foi implantada uma ciclofaixa no último dia 16. As multas, no entanto, no valor de R$ 574,62, só começam a valer em 1º de outubro Foto: Tuno Vieira

A insatisfação culminou em um abaixo-assinado, que está sendo organizado pelos moradores da região. O intuito é solicitar à Prefeitura a retirada da ciclofaixa. O aposentado Martinho Nunes da Costa, 78, que reside em um prédio na R. Ana Bilhar, próximo à Rua Coronel Linhares, considera a medida do Município um despropósito. Ele se queixa que nenhum morador foi informado de nada. "Quando acordamos, a faixa estava lá", reclama. Diz ainda que os taxistas não querem parar na rua, com medo de serem multados.

Justifica também que, no momento, não tem demanda de bicicletas que justifiquem a criação da ciclofaixa. "Têm horas do dia que ela fica vazia. Além disso, como vamos receber uma visita? E até mesmo os prestadores de serviços?", questiona. Apesar de não ter assinado o abaixo-assinado, afirma que ficou sabendo da iniciativa e irá contribuir.

Já o militar Leonildo Barreto, 57, também morador da área, afirma que concorda parcialmente com a ação. "Sou a favor, mas desde que haja continuidade. O projeto está solto, não existe uma integração. A prioridade tem que ser para o transporte de massa e as bicicletas, mas é preciso que se tenha um projeto completo, que integre a cidade e não essas ciclofaixas soltas. Quando ela terminar, a pessoa vai para onde? Volta?", indaga.

O porteiro Roberto Martins, 41, que utiliza a bicicleta como meio de transporte, conhece bem os desafios de percorrer a Cidade. Ele mora na Barra do Ceará e trabalha na Aldeota. Satisfeito, utilizava, no fim da tarde de ontem, a ciclofaixa da Ana Bilhar. "É bom demais, facilitou muito a nossa vida. A gente corre muitos riscos no meio dos carros. Eles ficam muito próximos. Mesmo com a ciclofaixa, de vez em quando tem um e outro que entra, mas a maioria respeita".

Pedido

A criação da via na Ana Bilhar foi uma resposta da Prefeitura ao Massa Crítica, que vem pintando ciclofaixas pelas cidades. Três intervenções já foram feitas neste ano pelo movimento: na Rua Ana Bilhar, Av. Antônio Sales e uma terceira, no domingo, na Rua Oscar Araripe, no bairro Bom Jardim. Esta última, conforme o advogado Celso Sakuraba, 26, integrante do movimento, foi para mostrar à gestão que existe uma cidade além dos bairros Aldeota e Meireles.

O cicloativista, que usa a bicicleta para ir ao trabalho e também para o lazer, afirma que as pessoas querem usar o carro, porque as calçadas não são adequadas, os ônibus são lotados e as ruas não respeitam os ciclistas. Então, a única opção que resta é o veículo particular. "Queremos que haja uma maior pluralidade entre os modais. O carro é o único problema do trânsito de Fortaleza, é ele o responsável pelos congestionamentos", afirma.

Sobre o abaixo-assinado, Sakuraba diz que a reclamação é absurda, pois existem várias ruas secundárias à Ana Bilhar e, mesmo que não houvesse, não seria motivo para dar o direito de as pessoas estacionarem em via pública. "Não podem privatizar o espaço público, isso gera grande transtorno para a cidade, como acontece no Centro", diz.

Gislene Macêdo, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), campus Sobral, e pesquisadora em Mobilidade Humana, destaca que segue exposta a ferida urbana de vias para carros, cuja evidente prioridade do uso do espaço público gera uma aparente hegemonia de mobilidade. Contudo, frisa que "outros insurgentes nas vias se fazem notar pela negação da supremacia do automóvel e motos".

Fiscalização

Na manhã de ontem, um efetivo formado por 18 agentes de trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) começou o trabalho de fiscalização na ciclofaixa da Rua Ana Bilhar. Amanhã, o trabalho será reforçado com educadores de trânsito, que distribuirão panfletos com dicas de segurança à população.

Disraelli Brasil, gerente de operações da AMC, esclarece que, inicialmente, quem for flagrado trafegando irregularmente na faixa não será multado. As autuações só irão começar a valer a partir de 1º de outubro. A punição para este tipo de infração será de R$ 574,62 e sete pontos na carteira. O gestor informa que a ciclofaixa foi feita seguindo critérios técnicos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e estudos prévios realizados pela AMC.

LUANA LIMAREPÓRTER




FONTE:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1321216

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